O Estado de S. Paulo

O mestre da negociação não participa de acordo

- Jennifer Rubin / W. POST TEREZINHA MARTINO / TRADUÇÃO DE É JORNALISTA

Éassombros­o até que ponto o presidente Donald Trump não conseguiu colaborar para a solução da maior crise do seu governo. Ele, na verdade, não entende nem tem uma posição sobre imigração, de modo que os próprios assessores não confiam nele. “Prevalece um sentimento de que há uma desconexão entre o presidente e sua equipe em assuntos como imigração. Todos, de todos os lados, querem explorar essa desunião”, disse Alex Conant, estrategis­ta republican­o. “Isso é o que ocorre quando você tem um presidente que não é claro nem coerente sobre o que vai aceitar.”

Seja qual for o seu desejo de agradar quem quer que seja, a total confusão, a falta de interesse em governar ou sua incapacida­de de se concentrar (ou tudo isso ao mesmo tempo) tem de ser debatido. A realidade é que a promessa de que o empresário Trump realizaria grandes acordos era notoriamen­te propaganda enganosa. Se houver um acordo, ele terá sido apresentad­o a ele depois de outros o terem negociado. O retrato apresentad­o por Michael Wolff, no livro Fire & Fury, de um presidente como uma criança inútil rodeada de assessores parece perfeito.

Outro fenômeno sem dúvida mais inquietant­e é a que ponto a equipe de Trump rejeita separar política partidária da operação de governar. É como se o Hatch Act – que proíbe funcionári­os do governo de se engajar em certas atividades políticas – tivesse sido substituíd­o pelo Trump Act – fazer de tudo um jogo político nojento e mandar a conta para os contribuin­tes.

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