O Estado de S. Paulo

Pence exige que palestinos aceitem diálogo

- JERUSALÉM

O vice-presidente americano, Mike Pence, afirmou ontem, em discurso ao Parlamento israelense, a Knesset, que qualquer acordo de paz começa com o reconhecim­ento do direito do povo judeu a seu território nacional em Israel e exigiu que os palestinos voltem à mesa de diálogo. Ele também confirmou que a embaixada americana será transferid­a de Tel-Aviv para Jerusalém até o fim de 2019.

“Nas próximas semanas, nosso governo avançará com o plano de instalar a embaixada dos EUA em Jerusalém e ela abrirá antes do fim do próximo ano”, disse. “Jerusalém é a capital de Israel e, como tal, o presidente Trump ordenou ao Departamen­to de Estado que comece os preparativ­os iniciais para transferir nossa embaixada de Tel-Aviv a Jerusalém.” Deputados árabes começaram um protesto com gritos e cartazes durante a sessão e foram expulsos do Parlamento.

Ao chegar à Knesset, Pence se disse “honrado por estar na capital de Israel”. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu agradeceu “a declaração histórica de Pence”. O vice americano afirmou que estava grato em poder representa­r Trump, e a decisão do presidente “criaria uma oportunida­de para avançar de boa fé com as negociaçõe­s entre Israel e a Autoridade Palestina”. “Estamos perto de chegar a uma nova era de discussões renovadas para alcançar uma resolução pacífica para um conflito de décadas.”

Reversão. Revertendo uma política tradiciona­l, Trump reconheceu em dezembro a cidade de Jerusalém como capital de Israel. A decisão causou revolta de palestinos e árabes de outros países. Há duas semanas, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que os EUA não “reuniam mais condições de mediar um processo de paz”, que “os Acordos de Oslo estavam mortos” e o reconhecim­ento de Jerusalém como capital de Israel era “o tapa do século” nos palestinos.

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