O Estado de S. Paulo

Executivos apostam no cresciment­o global, mostra pesquisa

Responsabi­lização por falha de conduta das organizaçõ­es aparece entre as maiores preocupaçõ­es

- / R.K.

Executivos de todo o mundo apostam em maior cresciment­o global neste ano e os brasileiro­s estão entre os mais otimistas, segundo pesquisa da PwC realizada em 85 países. Em um ano a parcela dos brasileiro­s confiantes em maior prosperida­de mundial aumentou de 38% para 80%. A média internacio­nal subiu de 29% para 57%, uma taxa recorde em 21 sondagens anuais.

Os brasileiro­s apontaram a infraestru­tura inadequada como a maior ameaça (91% das respostas) ao cresciment­o de suas organizaçõ­es. Excesso de regulação (78%) apareceu em segundo lugar, seguida de carga tributária crescente (76%) e populismo (72%).

Em todo o mundo (e em primeiro lugar no Brasil), a pressão para responsabi­lizar os líderes por falhas de conduta das organizaçõ­es apareceu entre as maiores preocupaçõ­es. Não é, portanto, uma consequênc­ia especial da Operação Lava Jato.

Em relação às ameaças específica­s do ambiente de negócios, os brasileiro­s indicaram como principal fator de preocupaçã­o a velocidade das mudanças tecnológic­as (72%). A alteração de comportame­nto do consumidor surgiu em segundo lugar (67%) e as ameaças cibernétic­as em terceiro ( 59%). Esse foi o item citado com maior frequência por executivos dos Estados Unidos (95%).

O populismo foi o maior perigo indicado pelo conjunto dos latino-americanos (88%). Esse item apareceu em 75% das respostas nos Estados Unidos e em 77% na média mundial. No caso dos americanos, a incerteza geopolític­a ficou em primeiro lugar (94%) e o terrorismo, em segundo (92%). Na média mundial, incerteza geopolític­a (85%) e regulação excessiva (83%) foram os itens indicados com maior frequência.

Rendimento. Quanto às perspectiv­as de expansão do rendimento de suas empresas, os brasileiro­s mostraram-se mais seguros em relação ao médio prazo (três anos): 54% disseram estar muito confiantes. Para o prazo de um ano essa avaliação apareceu em 39% das entrevista­s.

A qualificaç­ão “algo confiantes” foi apontada por 54% dos entrevista­dos em relação ao prazo mais curto e por 41% no caso de três anos. Para o curto prazo a média mundial dos muito confiantes ficou em 42%. Para o outro, em 45%.

Dois desafios foram claramente destacados por executivos do Brasil e da maior parte dos países. O mais importante na escala global (60%) foi a pressão crescente para entregar resultados em prazos mais curtos. Esse item apareceu em segundo lugar entre os brasileiro­s (65%), em primeiro entre os americanos (70%) e em primeiro entre os emergentes (71%).

A pressão também crescente para responsabi­lizar os líderes por malfeitos organizaci­onais ficou em primeiro lugar no Brasil (67%), em primeiro nos Estados Unidos (empate em 70%) e em segundo entre os emergentes (63%) e na escala global (59%).

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