O Estado de S. Paulo

‘Divorce’ volta mais leve na segunda temporada

Com 8 episódios, série traz agora o ex-casal tentando reconstrui­r suas vidas em meio a dificuldad­es

- Mariane Morisawa ESPECIAL PARA O ESTADO NOVA YORK E LOS ANGELES

Depois da tempestade, vem a bonança, diz o ditado. Claro que, no caso de um divórcio, não é bem assim: depois de trovões e relâmpagos, as nuvens clareiam, mas ainda há alguns percalços no caminho. É pelo menos o que acha Jenny Bicks, a nova showrunner (produtora responsáve­l por diversos aspectos da produção, inclusive a supervisão dos roteiros) da série Divorce, estrelada por Sarah Jessica Parker, cuja segunda temporada estreou no Brasil no domingo, 21, às 21h, na HBO. “Queria que o segundo ano fosse mais leve porque o primeiro era bem sombrio, sem trégua”, disse Bicks. Depois de brigas sem fim e disputas mediadas por advogados, terminava como uma bomba, com Robert (Thomas Haden Church) chamando a polícia para Frances (Sarah Jessica Parker). “Deixei a fumaça desaparece­r para descobrir para onde podiam ir. Queria imaginar por que esses dois, que pareciam tão diferentes, tinham se casado e ver se podiam ainda achar pontos em comum.”

A segunda temporada começa com os dois finalmente assinando os papéis do divórcio. A ação também se transfere do inverno para a primavera, trazendo luz e cores para a tela.

Antes de chegar a esse momento, a própria série atravessou um período de tormenta. A duas semanas das gravações da segunda temporada, o showrunner Paul Simms saiu, oficialmen­te de comum acordo. “Nesse ponto, estava tentando salvar uma série em que acredito, em que o canal acredita”, contou Sarah Jessica Parker, que também é produtora de Divorce. “Tive de me concentrar em organizar os roteirista­s. Fora isso, perdemos dois episódios, o que é muito quando se trata de uma série de poucos episódios”, completou, referindo-se ao fato de serem oito capítulos nesta temporada, contra dez na primeira. Ela foi buscar Jenny Bicks, que tinha trabalhado em Sex and the City, para assumir o papel de showrunner. “Era preciso começar de novo, ensinar uma linguagem que ela não conhecia”, explicou a atriz. “Coisas que eram importante­s antes podem não ser para o novo roteirista. E você precisa dar liberdade a quem escreve, senão não faz sentido”, ressaltou ainda Parker.

Bicks queria ampliar o escopo, deixando de focar tanto no casal principal e mostrando as repercussõ­es para os filhos, por exemplo. Também desejava dar mais espaço para as amigas de Frances, Dallas (Talia Balsam) e Diane (Molly Shannon), que surpreende­ntemente ainda está com o marido Nick (Tracey Letts), depois de atirar nele numa festa de aniversári­o, uma ação que precipitou a decisão de Frances de pedir o divórcio na primeira temporada. “É algo interessan­te de explorar: por que alguns relacionam­entos funcionam e outros, não?”, questionou Shannon.

Para Sarah Jessica Parker, era importante demonstrar como não dá para determinar seus sonhos. “Frances achou que ia sair daquela situação, ia ter experiênci­as, ia sentir coisas que tinha colocado de lado. E essa não é a realidade. As promessas de futuro estão lá, mas o importante é ficar em paz com a realidade”, disse a atriz. Jenny Bicks disse que não teme que os casais divorciado­s ou não tenham receio de embarcar na série. “O objetivo não é fazer ninguém sofrer. Eu sou uma pessoa otimista, então a ideia é mostrar que existe uma saída, que existe felicidade depois do divórcio.”

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CRAIG BLANKENHOR­N/HBO O casal. Sarah Jessica Parker e Thomas Haden Church

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