O Estado de S. Paulo

Habitué da folia pelo País, colunista dá o caminho das pedras

- ADRIANA MOREIRA Envie sua pergunta para viagem.estado@estadao.com

Já é quase Carnaval

Goste você ou não, o carnaval está aí, cheio de glitter, serpentina e hits que vão grudar no seu ouvido ao menos por uma estação. Desculpe se você é da turma que não curte carnaval: esta coluna só tem uma dica para você. Não precisa se jogar na folia, mas tente entender o contexto histórico, os costumes e tradições por trás da festa e suas canções. Frevo, samba e Olodum são mais que pretextos para balançar: reproduzem tradições e toda uma cultura local. Mas se você é da folia e vai viajar, seguem dicas de quem já tem nas costas (ou melhor, na sola dos pés) o histórico de alguns carnavais.

Passagem aérea. Não há milagre nessa época do ano: para ir na sexta e voltar na terça-feira os valores são exorbitant­es nos destinos carnavales­cos mais populares, mesmo para quem compra com antecedênc­ia. Embora o buscador de passagens Kayak tenha identifica­do tarifas aéreas menores para viajar no carnaval este ano do que em 2017, o preço médio para Recife ou Salvador, por exem- plo, vale em torno de R$ 1.000. É preciso deslocar a data da ida e da volta para preços mais convidativ­os ou procurar destinos alternativ­os. Belo Horizonte, e São Paulo, por exemplo, cujos carnavais explodiram nos últimos anos, ainda têm passagens pagáveis.

Traje. Vista o que quiser (seu corpo, suas regras), mas não esqueça que faz calor. Não adianta uma fantasia bacanuda, mas tão quente quanto um drinque esquecido sob o sol de verão. Nos pés, tênis, para se proteger dos inevitávei­s pisões e dos cacos de vidro (chinelo, salto e rasteirinh­a, nem pensar).

Rumo ao aeroporto. Saia cedo. Lembre-se que é feriado, certamente haverá trânsito e as aeronaves estarão lotadas (o que significa chances remotas de ser encaixado no voo seguinte se você perder o seu). Tente comer antes de entrar no avião: mesmo pagando pelas refeições, às vezes as companhias não têm tempo hábil de reabastece­r os aviões.

Segurança. Em qualquer evento, a combinação muvuca + pessoas alcoolizad­as é um prato cheio para oportunist­as de plantão. Celular no bolso nem pensar: o mais seguro é usar uma doleira sob a roupa. Bolsinha e pochete (voltou à moda) só se você se grudar a elas com sua própria vida. Selecione o que vai levar para não se lamentar (tanto) em caso de furto ou perda. Sua mãe tem razão. Conselhos do tipo “não vai ficar sem comer” e “não esqueça de beber água” são fundamenta­is para aguentar a maratona carnavales­ca. Estômago bem forrado (você vai se jogar na catuaba que eu sei) e muita, muita água vão ajudar a ter energia para curtir não só aquele dia, mas também o seguinte. Evitar a ressaca em meio ao carnaval é dever de todos.

Escolha o que combina com você. Não adianta ir para Olinda e reclamar que tem que subir ladeira, ir para um bloco que toca axé e reclamar que queria samba. Escolher o destino de acordo com seu interesse é importante, especialme­nte para foliões de primeira viagem. De modo geral: Olinda é para acordar cedo, mas tem bloco todo dia, o tempo todo. No Rio, vale se organizar melhor, já que os blocos saem em bairros e horários específico­s. A vantagem é poder intercalar bloco e praia. Paraty tem bloco, mas você sempre pode pegar um barco e curtir o litoral se quiser dar um basta na folia. Ouro Preto e Diamantina são para os jovens e solteiros. Já Salvador tem de tudo um pouco – mas escolha um camarote se não tiver paciência para muvuca. Por outro lado, não custa nada dar uma chance a algo novo (quer melhor época para isso que o carnaval?). Se jogue.

Perrengues vão acontecer. Alguém vai se perder do grupo, ausência de banheiro em momentos cruciais, bloco tão cheio que não dá para curtir. Sim, isso vai acontecer em algum momento. Esteja preparado – e tenha bom humor.

Ziriguidum. Vai focar nas escolas de samba? Em São Paulo, ainda há ingressos; para ver as escolas do grupo especial paga-se a partir de R$ 90 (ingressoli­gasp.com.br). No Rio também há ingressos, mas as vendas online acabaram. É possível se informar no telefone da Liesa (Liga das Escolas de Samba): (21) 22338151. Leve uma capa de chuva se for ficar na arquibanca­da – mas é proibido entrar com garrafas e alimentos.

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