O Estado de S. Paulo

As cobranças extras que mais irritam turistas nos hotéis

Veja taxas extras que irritam os viajantes

- Mônica Nobrega /COLABOROU ADRIANA MOREIRA

Haja dinheiro – e paciência

Nos últimos tempos nem é mais preciso pedir: ao fazer o checkin em um hotel, junto com a chave do quarto o hóspede recebe a senha do Wi-Fi. Demorou, mas a maioria das redes hoteleiras do planeta finalmente perceberam que cobrar pela conexão, hoje, é como cobrar pela água quente do chuveiro.

Mas o Wi-Fi não é a única taxa extra que irrita hóspedes mundo afora. Margens de lucro fora da realidade nos produtos do frigobar ou no serviço de quarto deixam o visitante com a sensação de estar sendo enganado. “Wi-Fi, impostos e taxa pela cama extra são as cobranças que mais desagradam aos hóspedes”, diz Numa Sales de Paiva, cofundador e diretor de Produtos da agência online Zarpo.

A questão, segundo Paiva, é a falta de transparên­cia. Para competir de modo vantajoso nos metabuscad­ores online – sites que comparam preços – muitos hotéis divulgam a tarifa mais básica possível, sem incluir nem mesmo os 2% a 5% (no Brasil) do Imposto Sobre Serviços (ISS), tarifa da qual o hóspede não tem como escapar. “Por isso, o Zarpo só divulga preços com todos os pagamentos obrigatóri­os incluídos”, diz Paiva.

Conta-se que Bill Kimpton, fundador da marca Kimpton Hotels, um dos ícones em hotéisbuti­que nos Estados Unidos, convidava hóspedes para beberem uma taça de vinho em sua companhia diante da lareira do Clarion Bedfort Hotel, em São Francisco, para ouvir deles as impressões sobre a hospedagem. O hotel não existe mais, mas a marca manteve a wine hour (hora do vinho) em seus 70 estabeleci­mentos em atividade, oferecida como cortesia aos hóspedes.

Para Fernanda Ralston Semler, proprietár­ia do hotel Botanique, na Serra da Mantiqueir­a, o bem-estar e a simplicida­de dos detalhes é que fazem a diferença num hotel. Foi observando coisas que gostava e não gostava em suas viagens que ela criou o conceito do Botanique: o frigobar é liberado com cerveja e refrigeran­te, além de guloseimas brasileira­s como biscoitos Globo e pé de moleque. “Puxa, você está pagando uma diária alta e o cara quer superfatur­ar uma garrafa d’água? Acho um absurdo”, diz.

Se o hotel demonstra falta de confiança ou vontade de explorar o hóspede, pode ter certeza: esse não volta mais.

 ?? SOLAR DO COSME ?? Confiança. É o próprio hóspede que anota seu consumo no Solar do Cosme
SOLAR DO COSME Confiança. É o próprio hóspede que anota seu consumo no Solar do Cosme

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil