As cobranças extras que mais irritam turistas nos hotéis
Veja taxas extras que irritam os viajantes
Haja dinheiro – e paciência
Nos últimos tempos nem é mais preciso pedir: ao fazer o checkin em um hotel, junto com a chave do quarto o hóspede recebe a senha do Wi-Fi. Demorou, mas a maioria das redes hoteleiras do planeta finalmente perceberam que cobrar pela conexão, hoje, é como cobrar pela água quente do chuveiro.
Mas o Wi-Fi não é a única taxa extra que irrita hóspedes mundo afora. Margens de lucro fora da realidade nos produtos do frigobar ou no serviço de quarto deixam o visitante com a sensação de estar sendo enganado. “Wi-Fi, impostos e taxa pela cama extra são as cobranças que mais desagradam aos hóspedes”, diz Numa Sales de Paiva, cofundador e diretor de Produtos da agência online Zarpo.
A questão, segundo Paiva, é a falta de transparência. Para competir de modo vantajoso nos metabuscadores online – sites que comparam preços – muitos hotéis divulgam a tarifa mais básica possível, sem incluir nem mesmo os 2% a 5% (no Brasil) do Imposto Sobre Serviços (ISS), tarifa da qual o hóspede não tem como escapar. “Por isso, o Zarpo só divulga preços com todos os pagamentos obrigatórios incluídos”, diz Paiva.
Conta-se que Bill Kimpton, fundador da marca Kimpton Hotels, um dos ícones em hotéisbutique nos Estados Unidos, convidava hóspedes para beberem uma taça de vinho em sua companhia diante da lareira do Clarion Bedfort Hotel, em São Francisco, para ouvir deles as impressões sobre a hospedagem. O hotel não existe mais, mas a marca manteve a wine hour (hora do vinho) em seus 70 estabelecimentos em atividade, oferecida como cortesia aos hóspedes.
Para Fernanda Ralston Semler, proprietária do hotel Botanique, na Serra da Mantiqueira, o bem-estar e a simplicidade dos detalhes é que fazem a diferença num hotel. Foi observando coisas que gostava e não gostava em suas viagens que ela criou o conceito do Botanique: o frigobar é liberado com cerveja e refrigerante, além de guloseimas brasileiras como biscoitos Globo e pé de moleque. “Puxa, você está pagando uma diária alta e o cara quer superfaturar uma garrafa d’água? Acho um absurdo”, diz.
Se o hotel demonstra falta de confiança ou vontade de explorar o hóspede, pode ter certeza: esse não volta mais.