Estado fecha Zoo após morte de macaco
Saúde. Decisão foi tomada após confirmação da morte de um macaco pelo vírus. Unidades interditadas integram maior área de Mata Atlântica em perímetro urbano da Grande São Paulo. Imunização agora incluirá Jabaquara, Cidade Ademar, Cursino e Sacomã
O governo do Estado fechou o Zoológico, o Zoo Safári, o Jardim Botânico e o Parque de Ciência e Tecnologia, todos na zona sul, depois que um bugio foi encontrado morto por febre amarela na região. Ministério da Saúde confirmou 33 mortes pela doença em uma semana.
O governo do Estado fechou ontem o Zoológico de São Paulo, o Zoo Safári, o Jardim Botânico e o Parque de Ciência e Tecnologia, da Universidade de São Paulo (USP), após a confirmação da morte de um bugio por febre amarela na área. As unidades integram o Parque Estadual Fontes do Ipiranga (Pefi) – maior área de Mata Atlântica dentro do perímetro urbano da Grande São Paulo – e ficarão interditadas por tempo indeterminado.
O diagnóstico de febre amarela foi confirmado anteontem pela Secretaria de Estado da Saúde, que colocou avisos nas entradas dos parques. O bugio que teve febre amarela foi encontrado em 10 de janeiro perto do bosque das aves africanas, dentro do zoológico, embora fosse um “animal de vida livre”.
Após a confirmação da morte do macaco, a secretaria ampliou a campanha de vacinação, que começa amanhã, para mais quatro distritos de São Paulo: Jabaquara, Cidade Ademar, Cursino e Sacomã.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que “é possível” vacinar toda a população paulista até o final do semestre. A previsão inicial era de que a campanha fosse finalizada no fim do ano. Alckmin também declarou que a principal hipótese investigada para a chegada do vírus ao Zoológico é o abandono de um animal doente no local, pois não há um corredor verde entre o Pefi e os demais parques onde foram encontrados macacos doentes. “Não está ainda definida a origem, mas às vezes você tem tráfico de animais e jogam ali no parque do Estado animais mortos”, disse.
Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria da Saúde, Regiane de Paula diz que a investigação sobre a origem do animal está sendo feita, mas que a principal hipótese é de abandono de um animal com o vírus no local.
Já a diretora do Departamento de Fauna da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Vilma Clarice Geraldi, afirma que outra possibilidade é de que os mosquitos capazes de transmitir a doença tenham se deslocado. “O vetor pode voar até dois quilômetros em uma área de mata e mais do que isso em área degradada, em busca de vegetação.”
Desde dezembro, cinco macacos foram encontrados mortos ou adoentados no Pefi – dois não tiveram o resultado do exame concluído, em dois a febre amarela foi descartada e em um, confirmada. Estudos estimam que uma população de 80 a 450 bugios circulem pelo parque, segundo o coordenador das atividades com animais de vida livre da Fundação Parque Zoológico, Caio Motta. “Se tivemos um animal com resultado positivo, a gente sabe que o vírus está circulando no Pefi e que os nossos animais estão em risco.”
A Fundação Parque Zoológico fará “ações de vigilância” para proteger os bugios. Até agora não há a previsão de uso de inseticidas em larga escala, o que poderia prejudicar a fauna nativa. No caso dos 163 primatas do Zoo, os animais tiveram os viveiros telados para impedir a entrada de mosquitos ou foram transferidos para locais telados.
Surpresa. O fechamento do Zoo surpreendeu os visitantes. “A gente programou ontem (anteontem) de se encontrar aqui na frente”, contou a artesã Celciane Peres, de 32 anos, que estava com os filhos Luiggi, de 9 anos, e Lorenna, de 6. Eles planejavam fazer um piquenique com quatro colegas. “Queríamos aproveitar as férias, não tínhamos feito muita coisa.”