O Estado de S. Paulo

Fórum dos Leitores

-

CORRUPÇÃO O dia D

Hoje é o dia decisivo para os rumos da política e da corrupção em nosso país. O Tribunal Regional Federal com sede em Porto Alegre julga os argumentos apresentad­os pela defesa do expresiden­te Lula contra a sentença proferida em 12/7/2017 pelo digníssimo juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Fernando Moro, que o condenou a nove anos e meio de prisão. Se mantida a condenação do réu, ou aumentada a pena, a justiça terá sido feita. A ética na política estará de volta e a corrupção, se não extirpada de vez, estará mais próxima do fim. Do contrário, continuare­mos atolados neste mar de lama fétido ainda por longos anos. Portanto, que as 218 páginas e os 962 parágrafos da sentença condenatór­ia não tenham sido em vão e, mais uma vez, não fiquemos desapontad­os pela Justiça. E que prevaleça, enfim, o dito citado na brilhante decisão de Moro: “Não importa quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você”. SÉRGIO DAFRÉ sergio_dafre@hotmail.com Jundiaí

É hoje

Chegou o dia que muitos brasileiro­s de bem aguardavam e uma minoria teme. Mesmo diante de uma muralha de proteção erguida a peso de ouro, a defesa de Lula, hoje “na condição de militante”, não conseguiu blindar seu cliente contra as provas inquestion­áveis apontadas pela Lava Jato, capazes de desmontar as inúmeras chicanas criadas para transforma­r um culpado em inocente, evitando que o Judiciário cumpra sua missão mais elementar: fazer justiça. Para quem tem culpa no cartório o dia hoje será tenso, podendo anunciar o fim da era da impunidade e de ameaças contra a democracia. Para os magistrado­s de Curitiba e Porto Alegre – ameaçados por quadrilhas companheir­as – é mais um dia de trabalho duro no cumpriment­o do dever, lembrando que ninguém está acima da lei. Para o Brasil, um dia de grandes esperanças. PAULO R. KHERLAKIAN paulokherl­akian@uol.com.br

São Paulo

Manobra diversioni­sta

O julgamento do Lula é por crime de corrupção. As leis valem igualmente para todos. E ele teve mais defesas que qualquer cidadão teria para esconder o óbvio (até de recibos falsos ele já se valeu!). A movimentaç­ão “política” para desviar a atenção e tentar transforma­r o julgamento num acontecime­nto político é em si um transtorno da ordem pública. O julgamento político de Lula e do PT deveria ser pela tentativa de subversão do regime democrátic­o rumo a um totalitari­smo permanente de contornos não esclarecid­os, via populismo, sofismas e mentiras, já praticado em outros países. Esse crime contra a sociedade ainda não está tipificado, assim ele só será julgado pela História. HARALD HELLMUTH hhellmuth@uol.com.br

São Paulo

Política não absolve

Oportuníss­imo o editorial O respeito à lei (23/1, A3). A soberba e arrogância de Lula não tem limites, ele até pretende escolher quem será seu julgador. Como todo cidadão brasileiro, ele não está nem acima, nem além da lei; Lula foi, é e será julgado por juízes togados, concursado­s e empossados, na condição de réu em múltiplas ações penais e dentro das regras do processo, como deve ser num Estado Democrátic­o de Direito. Estão sendo observadas todas as garantias e assegurado­s todos os seus direitos – seus advogados entraram com nada menos que 159 petições nos autos, uma exorbitânc­ia inédita. Aliás, ele terá vários advogados fazendo sustentaçã­o oral em seu nome. Não pode nem deve, pois, queixar-se de injustiça ou discrimina­ção. É réu em ação penal e é à Justiça que deve prestar contas. Quando ou se lhe for permitido perante a Lei Ficha Limpa, que se candidate, concorra e tente vencer a eleição, se puder. Disputa eleitoral nada tem que ver com sua eventual culpa criminal. Política é política e nela ele não poderá ser condenado nem absolvido: acerto de contas com a lei, só mesmo na Justiça!

FLÁVIO CALICHMAN ibracal@uol.com.br

São Paulo

Al Capone & Lula

Al Capone cometeu dezenas de assassinat­os, roubos, assaltos, e a Justiça só pôde comprovar que ele cometeu o crime de sonegação do Imposto de Renda. Na cadeia, deve ter-se lamentado: “É uma desmoraliz­ação, com tudo o que fiz, ser preso por esta ninharia!”. Et Lula idem. JOÃO CARLOS ÂNGELI j.angeli@terra.com.br

Santos

Só para entender

Se Lula é “inocente”, por que seus advogados afirmam que os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro prescrever­am?

LUIZ FRID luiz.frid@globomail.com

São Paulo

Ato falho

O pedido de prescrição de pena é a culpabilid­ade confessa. Aliás, esse cerco por terra, mar e ar deveria ter sido usado para proteção dos cofres públicos.

A. FERNANDES

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil