O Estado de S. Paulo

Brigada Militar amplia ronda em Porto Alegre

Na véspera da sessão do TRF-4, atos pró e contra Lula ocorrem na capital gaúcha sob forte esquema de segurança

- Ricardo Brandt ENVIADO ESPECIAL / PORTO ALEGRE COLABOROU ELIZABETH LOPES /

O forte esquema de segurança montado em Porto Alegre contrastou ontem com o clima tranquilo que marcou os atos em apoio e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizados em locais distintos na véspera do julgamento em segunda instância dos recursos à condenação do petista.

Pouco depois do meio-dia, grades de segurança foram colocadas nas vias de acesso ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), onde será julgado o recurso de Lula. O perímetro no entorno do Tribunal ficará “congelado” até o dia seguinte do julgamento por cerca de 4 mil homens destacados para fazer a segurança.

Ontem, policiais da Brigada Militar intensific­aram as rondas nas ruas, fazendo revistas nas pessoas, em especial nos manifestan­tes. Embarcaçõe­s da Marinha no Rio Guaíba vão monitorar a orla do Gasômetro, área que contorna o Parque Harmonia, em frente ao TRF-4. É nesse ponto que passa a Avenida Edvaldo Pereira Paiva, uma das que foram fechadas.

Essa avenida, que margeia o Guaíba, passa pela área verde do Anfiteatro Pôr do Sol, onde estão acampados os apoiadores de Lula.

Os prédios no entorno do TRF-4 – Câmara Municipal, Ministério da Fazenda e Receita Federal, Ministério da Agricultur­a e Incra, IBGE, Serpro – fecharam as portas e estão sendo monitorado­s por cerca de 150 homens da Força Nacional de Segurança que estavam no Estado desde 2017 e foram requisitad­os para a operação.

No final do dia, manifestan­tes pró e contra a condenação de Lula em segunda instância realizaram atos em locais distantes cerca de 4 quilômetro­s entre si. Não foi registrado qualquer caso de violência até a conclusão desta edição.

Militantes pró-Lula lotaram a Esquina Democrátic­a em ato que contou com a presença do próprio petista, da ex-presidente Dilma Rousseff e de parlamenta­res do PT e partidos de esquerda. Os organizado­res falaram em 40 mil pessoas presentes, mas a Polícia Militar não estimou o público.

Já o ato em apoio à condenação do petista, organizado pelo grupo Vem Pra Rua do Rio Grande do Sul, reuniu cerca de 200 pessoas em frente ao Parque Moinhos de Vento.

O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, afirmou em entrevista à rádio Eldorado que as ações são para evitar confrontos entre manifestan­tes. “Acreditamo­s que a possibilid­ade física de confronto está afastada, mas é claro que sempre há riscos, por isso aumentamos intensamen­te o policiamen­to na capital e nas áreas de potencial explosivo”, disse.

Hoje, representa­ntes de ambos os lados marcaram manifestaç­ões em diversas cidades brasileira­s para acompanhar o resultado do julgamento.

Prudência •

“Acreditamo­s que a possibilid­ade de confronto está afastada. Mas é claro que sempre há risco.” Cezar Augusto Schirmer

SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL

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