O Estado de S. Paulo

‘Vamos derrotar o PT’, afirma Alckmin

Pré-candidato tucano ao Planalto neste ano diz que ‘concorrent­e não se escolhe’

- Juliana Diógenes Daiene Cardoso / BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato tucano para a disputa ao Planalto, disse ontem que vai derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou qualquer outro candidato petista na corrida presidenci­al deste ano.

Sobre o julgamento do ex-presidente, que ocorre hoje, no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, o tucano evitou declarar preferênci­as por resultado. “Decisão judicial se respeita. Eu não tenho detalhes da questão jurídica nem sou da área do Direito”, afirmou o governador, durante a inauguraçã­o da estação Higienópol­is-Mackenzie, da Linha 4-Amarela do Metrô. “Eu aguardo a decisão da Justiça, qualquer que for.”

“Agora, nós vamos enfrentar e derrotar o PT, seja quem for o candidato. Concorrent­e não se escolhe. Estamos preparados para enfrentá-los”, disse.

Ao chegar à estação por volta das 10 horas, Alckmin foi recebido sob protesto do Movimento Passe Livre (MPL), que pede a revogação do aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem. Estava presente ainda na agenda o prefeito em exercício de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).

Alckmin é pré-candidato do PSDB à Presidênci­a e vai disputar, em 4 de março, a prévia contra o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Na convenção nacional do partido em dezembro, Alckmin foi eleito presidente da sigla e concordou com a realização da eleição interna.

Apoio. Ontem, o PSB decidiu se manifestar publicamen­te em apoio a Lula. Após reunião da Executiva Nacional, o partido divulgou um anota condenando a celeridade do processo contra o ex-presidente e defendendo o direi todo petista de disputara eleição deste ano. O vice governador de São Paulo, Márcio França, que deve assumir o comando do Executivo estadual com a saída de Alckmin, em abril, para disputar o Planalto, é filiado ao partido.

Em nota, o PSB fala em “atipicidad­e na velocidade” com que o recurso do ex-presidente tramitou na segunda instância e diz que a Justiça, ao superar sua morosidade habitual com os demais cidadãos, “terminou por criar um fato político”.

Assinada pelo presidente da legenda, Carlos Siqueira, a mensagem destaca que uma solução política, por meio das urnas, é necessária para que o País supere a crise que se arrasta nos últimos anos. “Considera-se que o tribunal político mais adequado em uma democracia é o voto popular, em eleições livres – avaliação essa que é comum, no presente caso, à maioria das forças políticas responsáve­is, independen­temente de seu espectro ideológico.”

Integrante do bloco de oposição ao governo Michel Temer, o PSB se distanciou do PT no início do processo eleitoral de 2014, quando lançou a candidatur­a à Presidênci­a do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a campanha daquele ano. A sigla se reaproximo­u dos petistas na atuação contra as reformas trabalhist­a e da Previdênci­a no Congresso, mas, ainda assim, quer manter uma “distância regulament­ar” do PT para marcar posição como alternativ­a de esquerda nas eleições.

Apesar das pressões de dirigentes do PT, o partido não deve assinar o manifesto Eleição sem Lula é fraude, que defende o direito de o ex-presidente de ser candidato. O PSB, no entanto, não proibiu seus filiados de participar das manifestaç­ões públicas em defesa de Lula.

Concorrent­e •

“Nós vamos enfrentar e derrotar o PT, seja quem for o candidato. Concorrent­e não se escolhe. Estamos preparados para enfrentá-los.” Geraldo Alckmin

GOVERNADOR DE SÃO PAULO E PRÉ-CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCI­A

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Cerimônia. Governador Geraldo Alckmin, durante inauguraçã­o de uma estação de metrô, em SP, onde enfrentou protestos
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