Assessores usam TV como estratégia
Diante da dificuldade de manter o presidente americano preso a reuniões e briefings durante um dia de trabalho normal na Casa Branca, alguns assessores encontraram uma maneira criativa de mandar recados e controlar o humor de Donald Trump: aparições em programas de TV.
Além de promover a agenda do presidente, a estratégia serviu para acalmar os ímpetos de Trump, que passa boa parte do tempo assistindo televisão. Quanto menos negativa fosse a cobertura a respeito do impasse orçamentário no Congresso, menos o presidente sentiria vontade de desabafar no Twitter e de fechar um acordo precipitado com os democratas.
Cada vez mais surgem evidências de que seus assessores, formais e informais, recorrem a esse tipo de estratégia por acreditarem que as decisões de Trump são mais influenciadas pela TV do que pelos relatórios que ele recebe de agências do governo – e quase nunca lê.
No último fim de semana, por exemplo, a Casa Branca escalou um time de assessores para dar entrevistas nos principais programas dominicais da TV americana. O resultado foram tuítes elogiosos à cobertura do impasse orçamentário, especialmente da Fox News.
Em dezembro, Trump negou ao jornal New York Times que veja TV de quatro a oito horas por dia. No entanto, o comportamento de seus assessores mostra que ele passa boa parte do dia colado no aparelho.