Turquia exige que EUA retirem apoio a curdos na Síria
Chanceler turco diz que país evita confronto com russos e americanos, mas fará tudo para preservar sua segurança
O ministro turco de Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, exigiu ontem que os Estados Unidos retirem o apoio aos curdos que vivem na fronteira turca com a Síria – que têm sido atacados por ar e terra pela Turquia desde sábado. O chanceler disse que Ancara tenta evitar qualquer tipo de confronto direto contra forças americanas e russas em sua ofensiva, mas fará o que considerar necessário para preservar sua segurança.
O Exército turco anunciou ontem que matou 260 integrantes da milícia curda Unidade de Proteção Popular (YPG) e do grupo terrorista Estado Islâmico nos ataques que tem realizado na região de Afrin, no noroeste da Síria. De acordo com um relatório da ONU, cerca de 5 mil civis haviam fugido da região até a segunda-feira.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conversou ontem por telefone com seu colega russo, Vladimir Putin, que apoia o governo de Bashar Assad. O Kremlin informou que os líderes “enfatizaram a importância da continuidade do trabalho ativo conjunto para encerrar a crise, que deveria ter como base a preservação da soberania da Síria e sua integridade territorial”.
De acordo com o chanceler turco, Erdogan discutirá o assunto hoje com o presidente americano. “(Donald) Trump quer conversar com nosso presidente”, disse Cavusoglu. A ofensiva militar da Turquia contra os curdos ameaça contrapor Washington e Ancara, tradicionais aliados da Otan. O presidente da França, Emmanuel Macron, que também integra a aliança militar, telefonou ontem para o líder turco e pediu moderação.
A milícia YPG – considerada terrorista por Ancara – afirmou que um ataque das forças turcas deixou três mortos ontem em Ras al-Ayn, cerca de 200 quilômetros a oeste de Afrin.
Jihadismo. A aliança liderada pelos EUA, que combate o grupo jihadista Estado Islâmico na Síria, com a ajuda da YPG, anunciou que cerca de 150 terroristas foram mortos em ataques da coalizão a AlShafah, no vale do Rio Eufrates.