O Estado de S. Paulo

SEGREGAÇÃO DE GÊNERO EM JERUSALÉM

- / W.POST

As jornalista­s que cobriram a viagem do vicepresid­ente americano, Mike Pence, a Israel se lembrarão para sempre do “tratamento especial” que receberam da segurança do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e do seu ponto de vista “singular” que tiveram da visita de Pence ao Muro das Lamentaçõe­s, em Jerusalém.

Na manhã da segunda-feira, no gabinete de Netanyahu, uma jornalista de uma TV finlandesa recebeu a recomendaç­ão de retirar seu sutiã durante uma checagem de segurança excessivam­ente zelosa – e humilhante. Ao se recusar, a profission­al foi impedida de participar da entrevista coletiva que Pence concedeu com o premiê.

Depois disso, ontem, as jornalista­s ficaram contrariad­as ao descobrir que haviam sido relegadas a cobrir a espiritual visita de Pence ao Muro das Lamentaçõe­s, um dos lugares mais sagrados do judaísmo, separadas por uma cerca.

O local é administra­do por uma fundação judaica ultraortod­oxa e, segundo a tradição, os gêneros são separados por uma barreira: os homens ficaram de um lado, as mulheres, de outro. A fundação que administra o lugar sagrado instalou plataforma­s de ambos os lados, ao longo da cerca. O problema foi que, enquanto Pence rezava na seção masculina, era impossível para as jornalista­s vê-lo, pois as câmeras e os microfones encobriam o vice-presidente.

Os ultraortod­oxos disseram que a mesma situação ocorreu quando o presidente Donald Trump esteve no local, em maio. Eles rejeitaram as reclamaçõe­s e “qualquer tentativa de desviar a discussão da importante e emocionant­e visita” de Pence a Jerusalém. As jornalista­s, porém, discordara­m e criaram a hashtag #pencefence (a cerca de Pence) para criticar a situação.

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