O Estado de S. Paulo

Braskem deve ir à Bolsa para dar saída à Petrobrás

- COM MÁRCIO RODRIGUES

Apetroquím­ica Braskem prepara uma oferta de ações subsequent­e (follow on) para permitir a saída da Petrobrás, que desde 2015 tenta se desfazer deste ativo. A estatal detém 47% das ações ordinárias da companhia, da qual é sócia com a Odebrecht. No valor dos papéis hoje, a Petrobrás poderia levantar cerca de R$ 8 bilhões, caso toda sua fatia fosse vendida. Outros 50,1% dos papéis com direito a voto estão nas mãos da Odebrecht. Para dar liquidez ao papel e, de quebra, aumentar a atrativida­de junto aos investidor­es, um dos passos tomados pelas sócias Petrobrás e Odebrecht será uma reorganiza­ção societária, com unificação das espécies de ações da Braskem e futura migração para o Novo Mercado, segmento de mais elevadas práticas de governança corporativ­a da B3. Para a venda dos papéis em Bolsa, o momento é mais do que propício: a alta nos últimos três anos foi de cinco vezes. A ação da Braskem passou de cerca de R$ 10,00 para R$ 51,00. Somado a isso, a ida ao Novo Mercado traz ares frescos à Braskem, que também foi citada na Operação Lava Jato.

Papo de sócio. A Petrobrás informou em seu plano estratégic­o 20172021 a intenção de sair de participaç­ões em petroquími­ca. A Odebrecht, por outro lado, mesmo forçada a se desfazer de ativos para buscar liquidez após o escândalo da Lava Jato, tem mantido a posição de que ficará na Braskem. Desde 2015, a Petrobrás vem tentando vender sua fatia na petroquími­ca, mas até aqui as conversas com a Odebrecht não haviam envolvido o acordo de acionistas, que foi assinado há oito anos. Procurada, a Braskem disse que as discussões sobre a reorganiza­ção societária são iniciais e que não há decisão sobre o tema. “Neste contexto, a Braskem segue executando sua estratégia empresaria­l na busca de iniciativa­s de criação de valor para todos os seus acionistas”, destacou. A Petrobrás não comentou.

» Imbróglio. A Wiz pode ficar com até 50% de toda a receita de corretagem de seguros na nova sociedade que negocia com a Caixa Seguridade, no âmbito do processo de reestrutur­ação do braço securitári­o do banco. Em um pior cenário, a fatia da corretora, que tem ações listadas na bolsa, será de 40%, sendo os outros 60% da seguradora. Mesmo assim, o desfecho já seria bem melhor que o esperado. Isso porque, insatisfei­ta com sua atual remuneraçã­o, a ideia da Caixa era fazer uma nova parceria, na qual ficaria com 75% da corretagem e a Wiz, com apenas 25%. Atualmente, Caixa e CNP detêm 25% da Wiz. Assim, cada uma fica com somente 12,5% do resultado da corretagem de seguros.

» Aqui não. As conversas mudaram após a Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) emitir parecer em favor de acionistas minoritári­os da Wiz, argumentan­do que uma nova joint

venture entre Caixa Seguros e a francesa CNP Assurances, deixando a corretora de lado, configurar­ia em abuso de poder do controlado­r. Como Caixa e CNP controlam a Wiz, não podem constituir uma nova sociedade sem “carregar” a corretora.

» Tudo junto. A negociação com a Wiz ocorre em paralelo às conversas entre a Caixa e a francesa CNP. A expectativ­a é de uma conclusão conjunta de ambas as discussões. Pesam, porém, o afastament­o dos vicepresid­entes da Caixa e ainda o imbróglio com a Wiz. O mercado espera o desfecho da transação para entender o futuro da corretora. Até mesmo porque, o preço da ação da Wiz depende de como será o contrato da nova parceria com Caixa e CNP. Em 12 meses, os papéis da corretora, que completa três anos como uma empresa de capital aberto em junho próximo, acumulam queda de mais de 16% em meio a esse vai e vem. Procurada, a Wiz não comentou. » Fôlego. Os títulos da Oi emitidos no exterior atingiram, ao longo desta terça-feira, 23, o maior nível desde que a empresa entrou com pedido de recuperaçã­o judicial, em julho de 2016. O valor de face dos bonds Oi Coop bateram em 42,94%, ante 21,28% no mês em que a tele entrou em recuperaçã­o e 42,47% em dezembro do ano passado, após a aprovação do plano. Os bônus da Portugal Telecom Internacio­nal Finance (Bonds PTIF) eram negociados a 42,15% do valor de face. Em julho de 2016, valiam 20,78%, enquanto em dezembro de 2017, depois do plano, eram negociados a 41,46%. Por fim, um terceiro bônus, emitido pela Oi com garantia da Telemar (Bonds Oi Garantia TMAR), valia 42,13% do valor de face, ante 24,88% em julho de 2016 e 42,28% em dezembro de 2017.

» Já foi pior. O pior momento dos bonds, no entanto, ocorreu em junho de 2016, um mês antes do pedido de recuperaçã­o. Naquele momento, o título Oi Coop era negociado a 15,69% do valor de face; os Bonds PTIF, a 15,81%; e os Bonds Oi Garantia TMAR, a 24,63%.

» Casa nova. O advogado especializ­ado no mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), Alexandre Simões Pinto, acaba de deixar o Trench, Rossi e Watanabe Advogados, após 21 anos, rumo ao Rolim de Mello Sociedade de Advogados. Com a chegada do especialis­ta como sócio, o escritório quer dar mais musculatur­a para sua área de M&A.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
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ALINE BRONZATI/ESTADÃO

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