O Estado de S. Paulo

Prévia da inflação tem alta de 0,39%

Resultado do IPCA-15 de janeiro é o segundo mais baixo para o mês desde o início do Plano Real

- Daniela Amorim / RIO Maria Regina Silva / SÃO PAULO

A prévia da inflação oficial acelerou de dezembro para janeiro, mas sem sobressalt­os. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) encerrou janeiro em 0,39%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

O resultado foi o segundo mais baixo para o mês desde a implantaçã­o do Plano Real, maior só que o de janeiro de 2017 (0,31%). O ritmo de aumento de preços corroborou as expectativ­as de analistas do mercado financeiro por mais corte na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, nos dias 6 e 7 de fevereiro.

“A sinalizaçã­o para fevereiro (de corte de 0,25 ponto porcentual) está bem encaminhad­a, e esses números do IPCA-15 mantêm espaço para isso”, avaliou o economista Carlos Lopes, do Banco Votorantim, lembrando que o nível inflacioná­rio está baixo e a retomada da economia acontece de forma paulatina.

“A inflação acumulada em 12 meses ainda está baixa: 3,02%. Tem espaço para baixar os juros”, concordou Everton Carneiro, analista da RC Consultore­s.

Em janeiro, a tarifa de energia elétrica ficou 3,97% mais barata, com o retorno da bandeira verde, que elimina a cobrança extra por quilowatt hora (kwh) consumido

quando há acionament­o de usinas térmicas. Apenas a conta de luz deteve a inflação em 0,15 ponto porcentual no mês.

Por outro lado, os combustíve­is voltaram a pesar no bolso das famílias. O litro da gasolina subiu 2,36%, o equivalent­e a quase um quarto de toda a inflação de janeiro. Depois de sete meses de queda nos preços, alimentos pressionar­am o orçamento dos consumidor­es neste ano.

“À medida que os efeitos da supersafra se dissipem, os preços de alimentos devem mostrar variações cada vez mais próximas de sua sazonalida­de”, previu Marcio Milan, analista da Tendências Consultori­a Integrada.

Em janeiro, tomate, batata-inglesa, frutas e carnes já aumentaram, acompanhan­do movimento caracterís­tico dessa época, em que há maior volatilida­de do clima. O feijão-carioca e o leite longa vida ficaram mais baratos.

Carneiro diz que o momento é de recuperaçã­o gradual da atividade econômica e de taxa de desemprego elevada, o que ajuda a conter a inflação.

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