Carrefour amplia aposta no Atacadão e faz cortes na França.
Na França, Carrefour anunciou cortes e foco no e-commerce; por aqui, atacarejo ainda é aposta
O novo plano estratégico do Carrefour na França – que inclui reduções de custos de ¤2 bilhões no país de origem, milhares de demissões e reforço da operação de e-commerce – também traz objetivos para o Brasil. Por aqui, a ordem é reforçar a rede Atacadão. A meta, segundo o grupo francês, é abrir 20 novas lojas da bandeira no País por ano, a partir de 2018. No ano passado, a empresa abriu 11 unidades.
Para atingir a meta de aberturas em 2018, o Carrefour Brasil prevê que cinco hipermercados
serão convertidos em lojas do Atacadão este ano. A expansão do modelo de atacarejo tem sido a principal aposta do varejo alimentar no Brasil e foco tanto do Carrefour quanto de seu maior rival, o Grupo Pão de Açúcar (GPA).
No ano passado, o GPA conseguiu abrir 20 novas unidades de sua bandeira de atacarejo – Assaí –, movimento que incluiu a conversão de 15 hipermercados Extra.
Austeridade. Enquanto fará cortes em lojas físicas, com um plano de demissão voluntária de 2,4 mil funcionários em sua sede francesa, a matriz do Carrefour também se comprometeu a ampliar as destinações para o comércio eletrônico.
O objetivo é destinar ¤ 2,8 bilhões ao segmento em cinco anos. Uma das metas é impedir o avanço de concorrentes que já nasceram digitais, como a gigante americana Amazon.
Por trás dessa aposta no ecommerce está a meta do Carrefour de se tornar um grande concorrente na venda eletrônica de alimentos, com uma participação de mercado de pelo menos 20% na França até 2022. O objetivo é que o faturamento com o e-commerce no país chegue a ¤ 5 bilhões até 2022.
Para ganhar mais visibilidade online, o grupo francês anunciou ontem uma cooperação estratégica com a gigante chinesa Tencent.
Enquanto o foco no varejo físico brasileiro está na expansão do Atacadão, na Europa um dos focos dos fechamentos de pontos de venda será a bandeira Dia, que deverá ter 273 unidades eliminadas.
Embora o mercado tenha aprovado as medidas do Carrefour – as ações da varejista subiram 3,22% ontem, em Paris –, sindicalistas prometeram iniciar
uma greve relacionada ao plano de demissões. A varejista quer reduzir em mais de um quinto o total de funcionários de sua sede, que hoje tem 10,5 mil colaboradores.