O conquistador ARGENTINO
Fiat Cronos quer seduzir brasileiros com seu visual sem caretice e amplo espaço interno
“Amissão do Cronos é mudar a percepção que as pessoas têm da Fiat.” A frase, dita durante evento para a imprensa em Córdoba, na Argentina, onde o sedã será produzido, mostra como são altas as expectativas da Fiat em relação ao modelo, que será lançado no Brasil no dia 7 de fevereiro. Trata-se de um mantra que surgiu tímido com a picape Toro (2016), se intensificou com o hatch Argo (2017) e agora soa quase como um apelo.
Se até então os carros da marca atraiam pela racionalidade, graças ao bom custo-benefício, a
Fiat percebeu que precisa buscar uma conexão mais emocional com o consumidor. É o que a concorrência tem feito.
Por isso, aspectos como desenho e acabamento passaram a ter peso bem maior. Ao mesmo tempo, para buscar maior rentabilidade, a marca não oferecerá opções 1.0, por exemplo.
A Fiat informa que quer oferecer
um sedã compacto e funcional, que agrade famílias com filhos, mas sem ser “careta”. Segundo a fabricante, o comprador do novo modelo será homem (67%), de 35 a 50 anos (50%), casado (80%) e com filhos (67%), que terá o Cronos como o único carro da casa (60%).
“Todos gostam de parecer mais jovens e querem ter um produto que também agrade sob um ponto de vista emocional”, diz o diretor de marca da Fiat, Herlander Zola.
Para materializar esse “sedã jovem”, o maior desafio dos engenheiros da Fiat foi tentar desenvolver um produto amplo para pessoas e bagagens, sem que a silhueta deixasse de ser moderna. As linhas do carro ficaram harmoniosas e o porta-malas tem ótimos 525 litros de capacidade, embora a traseira tenha ficado curta de modo a não perder o aspecto esportivo visto no “irmão” hatch.
O Cronos utiliza a nova plataforma MP-S, que foi alongada em 36 cm em relação ao Argo. O sedã tem 4,36 metros de comprimento. Aliás, 70% de seus componentes são novos – os outros 30% vieram do Argo e do Punto, de acordo com informações divulgadas pela Fiat.
O entre-eixos é o mesmo do Argo (2,52 metros), mas a largura é maior (2 mm na frente e 4 mm atrás). Graças ao uso de aços leves na construção, o três-volumes pesa apenas 10 kg a mais que o hatch do qual deriva.
À primeira vista, a dianteira do Cronos remete à do Argo. Após um olhar mais atento dá para identificar elementos que conferem identidade própria ao novato. O desenho dos para-choques é diferente e a grade e a saída de ar na parte inferior incorporam filetes horizontais cromados. A posição dos faróis de neblina também é nova.
No interior, as diferenças são bem mais sutis. No caso da versão de topo, Precision, a faixa horizontal que divide o painel na altura dos difusores centrais de ar é marrom e os tecidos que revestem bancos e portas têm padrão exclusivo.
No banco traseiro, dois adultos e uma criança viajam com conforto. Há bom espaço para a cabeça e as pernas desses ocupantes. Além de amplo, o compartimento de bagagem tem acesso fácil, graças à entrada grande e à tampa, com ângulo de abertura de 97 graus.
EM MOVIMENTO
Avaliado em trecho rodoviário nas imediações de Córdoba, o Cronos chamou a atenção pelo silêncio a bordo. O ótimo isolamento acústico remete a carros de segmento superior.
O desempenho do motor 1.8 de 139 cv não deixou a desejar. Há boa oferta de torque em baixas rotações, o que garante agilidade no uso diário, e a transmissão automática trabalha de forma suave e tem engates rápidos. Ao pisar mais forte no pedal do acelerador, o quatro-cilindros responde sem hesitar.
Esse conjunto permite ao sedã acelerar de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos – a velocidade máxima é de 196 km/h, de acordo com informações da fabricante. Esse números foram obtidos com o carro abastecido com 100% de etanol.
A suspensão, do tipo McPherson na dianteira e semi independente com barras estabilizadoras atrás, tem calibração mais voltada ao conforto. A boa estabilidade também é resultado desse tipo de ajuste.
Durante um exercício feito em pista de testes, com mudanças bruscas de trajetória em alta velocidade, a carroceria do sedã rolou pouco, transmitindo boa sensação de segurança.
O resultado é que o Cronos proporciona condução bastante prazerosa. O único senão está ligado à posição de dirigir.
A regulagem de altura do banco do motorista é item de série. O problema é que, mesmo na modulação mais baixa, o motorista fica muito elevado, o que pode não agradar a todos.
VIAGEM FEITA A CONVITE DA FIAT