Críticos levam Pixulecos em protestos
As manifestações favoráveis à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram marcadas pela presença dos Pixulecos – infláveis gigantes que retratam o petista com roupa de presidiário – e pela baixa participação popular. Os bonecos apareceram em cidades estratégicas, como São Paulo, Porto Alegre e Guarujá, onde houve baixa adesão nas comemorações do resultado.
Na capital gaúcha, um Pixuleco foi inflado numa embarcação que navegava pelo Rio Guaíba, nas proximidades do prédio do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), onde foi realizado o julgamento. “Ficamos ancorados até as 8 horas, conforme organizado por nós, respeitando as restrições de segurança”, relatou uma das organizadoras do ato, a líder do Movimento Brasil Livre (MBL) no Rio Grande do Sul, Paula Cassoul. O protesto foi encerrado antes do início do julgamento, após abordagem da polícia.
Horas depois do julgamento, manifestantes favoráveis à condenação de Lula ocuparam o Parcão, no bairro nobre Moinhos de Vento, local de concentração do grupo desde a véspera do julgamento. Apesar do chope, da banda, do carro de som e do resultado favorável, o chamado CarnaLula reuniu apenas cerca de 100 pessoas. No ato, organizado pelo MBL e pelo NasRuas, chamaram atenção principalmente dois grupos, um usando laranja e outro roxo – camisetas do Novo e do Livres, respectivamente.
Em São Paulo, onde tradicionalmente são organizados os principais atos políticos, dois caminhões de som e um Pixuleco gigante foram levados para a Avenida Paulista ainda pela manhã por grupos que organizaram protestos contra a presidente cassada Dilma Rousseff. O ato, no entanto, atraiu um pequeno grupo de manifestantes anti-PT, entre eles simpatizantes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidência, e defensores da intervenção militar.
A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegaram a interditar três quarteirões da Paulista no entorno do Museu de Arte de São Paulo (Masp), mas nem mesmo uma quadra chegou a ser completamente ocupada.
Um Pixuleco de 10 metros de altura também foi inflado em frente ao condomínio Solaris, no Guarujá, onde fica o triplex apontado como propriedade de Lula na ação em que foi condenado. Aos gritos de “Lula na cadeia” e “Viva Sérgio Moro”, quase mil manifestantes se concentraram durante todo do dia no local. O boneco virou atração para quem passava por ali.