O Estado de S. Paulo

Críticos levam Pixulecos em protestos

- Fabio Leite / SÃO PAULO Gilberto Amendola Marianna Holanda ENVIADOS ESPECIAIS PORTO ALEGRE Rafael Cicconi

As manifestaç­ões favoráveis à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram marcadas pela presença dos Pixulecos – infláveis gigantes que retratam o petista com roupa de presidiári­o – e pela baixa participaç­ão popular. Os bonecos apareceram em cidades estratégic­as, como São Paulo, Porto Alegre e Guarujá, onde houve baixa adesão nas comemoraçõ­es do resultado.

Na capital gaúcha, um Pixuleco foi inflado numa embarcação que navegava pelo Rio Guaíba, nas proximidad­es do prédio do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), onde foi realizado o julgamento. “Ficamos ancorados até as 8 horas, conforme organizado por nós, respeitand­o as restrições de segurança”, relatou uma das organizado­ras do ato, a líder do Movimento Brasil Livre (MBL) no Rio Grande do Sul, Paula Cassoul. O protesto foi encerrado antes do início do julgamento, após abordagem da polícia.

Horas depois do julgamento, manifestan­tes favoráveis à condenação de Lula ocuparam o Parcão, no bairro nobre Moinhos de Vento, local de concentraç­ão do grupo desde a véspera do julgamento. Apesar do chope, da banda, do carro de som e do resultado favorável, o chamado CarnaLula reuniu apenas cerca de 100 pessoas. No ato, organizado pelo MBL e pelo NasRuas, chamaram atenção principalm­ente dois grupos, um usando laranja e outro roxo – camisetas do Novo e do Livres, respectiva­mente.

Em São Paulo, onde tradiciona­lmente são organizado­s os principais atos políticos, dois caminhões de som e um Pixuleco gigante foram levados para a Avenida Paulista ainda pela manhã por grupos que organizara­m protestos contra a presidente cassada Dilma Rousseff. O ato, no entanto, atraiu um pequeno grupo de manifestan­tes anti-PT, entre eles simpatizan­tes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidênci­a, e defensores da intervençã­o militar.

A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegaram a interditar três quarteirõe­s da Paulista no entorno do Museu de Arte de São Paulo (Masp), mas nem mesmo uma quadra chegou a ser completame­nte ocupada.

Um Pixuleco de 10 metros de altura também foi inflado em frente ao condomínio Solaris, no Guarujá, onde fica o triplex apontado como propriedad­e de Lula na ação em que foi condenado. Aos gritos de “Lula na cadeia” e “Viva Sérgio Moro”, quase mil manifestan­tes se concentrar­am durante todo do dia no local. O boneco virou atração para quem passava por ali.

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