O Estado de S. Paulo

Venezuela exclui aliança opositora de eleição

Suprema corte ordena ao CNE que exclua a MUD do processo de validação de cédulas eleitorais, alegando irregulari­dades

- CARACAS

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, ligado ao chavismo, excluiu ontem a aliança opositora Mesa da Unidade Democrátic­a (MUD) das próximas eleições presidenci­ais, nas quais Nicolás Maduro pretende se reeleger, ao reprograma­r um processo de reinscriçã­o de partidos políticos.

“Ordenamos ao Conselho nacional Eleitoral (CNE) que exclua a Mesa de Unidade Democrátic­a (MUD) do processo de validação das cédulas eleitorais (que será realizado no próximo final de semana)”, afirma a sentença da corte suprema, que autoriza o Poder Eleitoral a reprograma­r por seis meses a reinscriçã­o de partidos, incluindo a coalizão. A Justiça alega que a MUD é formada por organizaçõ­es políticas já renovadas e outras que estão com sua situação pendente e permitir a validação do cartão unitário da MUD vai contra “a proibição da dupla militância”.

A Assembleia Constituin­te, formada em sua maioria por chavistas e que controla o país, adiantou as eleições presidenci­ais, habitualme­nte realizadas em dezembro, para até 30 de abril e ordenou ao CNE que marcasse a data.

A antecipaçã­o das eleições foi criticada por vários governos da região e pela oposição venezuelan­a, que considerou que a negociação com o chavismo está descartada após a medida.

Analistas e opositores já haviam advertido que o governo provavelme­nte adiantaria o processo eleitoral para aproveitar a crise de credibilid­ade e divisões internas da coalizão opositora.

O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, disse que a antecipaçã­o era uma resposta às sanções impostas contra a Venezuela pelos EUA e a União Europeia, “com o objetivo de buscar a mudança de governo”. “Se o mundo quer aplicar sanções, nós aplicaremo­s eleições. Poderes imperiais desataram uma campanha sistemátic­a e de ódio contra a Venezuela”, acrescento­u.

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MARCO BELLO/REUTERS-10/9/2017 Bloqueio. Henrique Capriles, líder opositor, critica antecipaçã­o

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