Contas externas têm menor déficit em 10 anos
O Brasil fechou o ano de 2017 com déficit em conta corrente de US$ 9,76 bilhões, informou ontem o Banco Central. A cifra, que reflete as trocas de bens comerciais, de serviços e de renda do País com o restante do mundo, é a menor dos últimos dez anos. Em 2007, houve superávit de US$ 408 milhões.
O déficit mais baixo no ano passado foi resultado principalmente da balança comercial brasileira, que registrou superávit de US$ 64,03 bilhões. O número foi resultado de exportações de US$ 217,2 bilhões menos exportações de US$ 153,2 bilhões.
O saldo comercial positivo reduziu o impacto dos resultados negativos da conta de serviços e de renda, que juntas foram responsáveis por um déficit de US$ 73,79 bilhões.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, é natural que, em meio ao processo de recuperação da economia, o déficit cresça nas contas de serviços e de renda. Isso porque empresas instaladas no Brasil contratam mais serviços do exterior, como no caso do aluguel de equipamentos. Ao mesmo tempo, elas remetem mais lucros para suas matrizes. A projeção do BC para 2018 é de déficit de US$ 18,4 bilhões.
Ainda assim, a situação do País é confortável. Isso porque o Investimento Direto no País (IDP) – que reflete os aportes de estrangeiros na atividade produtiva – tem apresentado bons resultados. Em 2017, conforme o BC, entraram no País como IDP o equivalente a US$ 70,33 bilhões. Para 2018, a projeção é de US$ 80,0 bilhões.
Com o início da recuperação da economia e o dólar mais acomodado, os brasileiros também gastaram mais com viagens ao exterior. Os dados do BC mostraram que as despesas dos turistas em outros países somaram US$ 19 bilhões em 2017. Os estrangeiros em viagem ao Brasil deixaram por aqui o equivalente a US$ 5,8 bilhões. O resultado para o Brasil foi um déficit na conta de viagens de US$ 13,2 bilhões – o maior desde 2014.