O Estado de S. Paulo

Lista de aprovados.

No total, 8.402 estudantes foram convocados. Fuvest relacionou 900 treineiros.

- DIÓGENES / JULIANA

A Fundação Universitá­ria para o Vestibular (Fuvest) divulgou ontem a primeira lista de aprovados no vestibular 2018. No total, 8.402 estudantes foram convocados, e a lista traz ainda os nomes de 900 treineiros. Os classifica­dos deverão fazer matrícula pela internet, no site da Fuvest, nos dias 5 e 6.

Nos dias 15 e 16 também será preciso fazer a matrícula presencial nos serviços de graduação nas unidades da Universida­de de São Paulo (USP). A data vale tanto para os candidatos convocados na primeira quanto na segunda chamada, que será divulgada no dia 8.

A Fuvest é a principal porta de entrada para a USP, que seleciona ainda 25% dos novos alunos pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para quem conquistou a vaga, o dia foi de alívio e comemoraçã­o. A estudante aprovada em Engenharia de Petróleo, Gabriela Amaral, de 18 anos, conta que, para chegar até a USP, foram necessária­s 14 horas de estudo diário, em média, no ano passado. Ao ler o nome da lista de aprovados ontem, porém, a mais emocionada não era ela, mas sua mãe.

A professora aposentada Maria de Fátima da Silva, de 58 anos, rezava minutos antes da divulgação do resultado no Colégio Objetivo, na região central da cidade, onde Gabriela estudou. Ao receber a notícia, chorou abraçada à filha.

A família é de Suzano, a mais de 50 quilômetro­s de São Paulo. Por alguns meses, Gabriela percorria de transporte público o trajeto entre casa e escola. “Eram três horas de condução por dia. Aproveitav­a para estudar”, conta a jovem. No meio do cursinho, ela acabou se mudando para São Paulo para facilitar o deslocamen­to.

“Foi muita luta. Alugamos um apartament­o aqui para ela poder estudar e se dedicar mais. Fazíamos marmita e trazíamos. Ela mereceu, estudou muito”, disse Maria de Fátima. O pai, Agostinho Alves, também foi ao colégio, mas estava tranquilo. Segundo ele, o resultado era esperado. “Eu acreditava, ela é muito esperta.”

Juntas. As amigas de cursinho Manuela Roman e Maria Cristina Santos, de 19 anos, foram aprovadas juntas no curso de Letras da USP. A dupla decidiu, em conjunto, mudar as escolhas no meio do ano passado. Manuela havia prestado vestibular pela primeira vez, após sair do ensino médio, para Jornalismo, mas não foi aprovada. Já Maria Cristina tentou Direito no vestibular por dois anos, mas também não havia sido selecionad­a.

“Descobrimo­s o que queríamos juntas. Decidimos juntas e compramos a briga de falar que queremos ser professora­s. Hoje posso dizer que vou cursar Letras e vou ser professora com muito orgulho”, comemorava Manuela.

Para Maria Cristina, a decisão por Letras é pela paixão e não pela facilidade da aprovação. “Muita gente pergunta se troquei Direito por Letras porque é mais fácil passar no vestibular. Eu digo: não, mudei porque gosto e quero ser professora”, explica a estudante.

Filha de enfermeira e aluno de escola pública, Giorggio Galli, de 19 anos, foi aprovado em Medicina após dois anos de cursinho. “Nesse período me desliguei totalmente do videogame e das redes sociais. Descobri que isso tirava a atenção que eu poderia estar dedicando a leituras, por exemplo”, diz. A namorada de Giorggio, Isabella Moreira, de 19 anos, estava com ele no colégio, mas não foi aprovada. “Vou tentar de novo.”

Os amigos Thales Augusto Souto, Luiz Fernando Delboni

e Nicolas Vidal, de 18 anos, passaram de primeira em Engenharia da Computação, Engenharia Elétrica e Astronomia, respectiva­mente.

“É a recompensa de três anos de ensino médio bem feito”, afirma Luiz Fernando. Thales, que no ano passado estudou dez horas diariament­e, acreditava que seria aprovado porque exercitou bastante nos simulados. “Tinha confiança no resultado.”

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO
 ?? TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO ?? Dia de festa. Estudantes comemoram aprovação em um dos vestibular­es mais concorrido­s do País no Colégio Objetivo
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO Dia de festa. Estudantes comemoram aprovação em um dos vestibular­es mais concorrido­s do País no Colégio Objetivo

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