O Estado de S. Paulo

Moraes autoriza novo inquérito contra Kassab

Ministro do Supremo atende a pedido da PGR e instaura investigaç­ão contra titular da pasta das Comunicaçõ­es

- Amanda Pupo Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu a um pedido da Procurador­ia-Geral da República e instaurou ontem um novo inquérito contra o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es, Gilberto Kassab (PSD). O pedido, feito na quarta-feira, tem como base as delações de executivos da J&F, controlado­ra da JBS.

A Procurador­ia afirma que o empresário Wesley Batista, acionista do Grupo J&F, relatou pagamentos mensais de propina – em torno de R$ 350 mil – em favor de Kassab, por meio da empresa Yape Consultori­a e Debates, supostamen­te sem contrapart­ida, desde 2009.

Já o ex-executivo da J&F Ricardo Saud afirmou que, nas eleições de 2014, o PT teria comprado o apoio político de Kassab e do PSD, indicando o grupo para realizar os pagamentos, que teriam ocorrido por meio de doações oficiais, com notas fiscais avulsas, além do repasse de R$ 5,5 milhões em 22 parcelas de R$ 250 mil, mediante pagamento de notas fiscais frias à Yape, segundo a Procurador­ia.

“Vale observar que Wesley Batista menciona possuir os documentos referentes à contrataçã­o da empresa Yape Consultori­a e Debates Ltda. e respectivo­s pagamentos”, afirmou a procurador­a-geral da República, Raquel Dodge.

Defesas. Procurada, a assessoria do ministro não respondeu sobre a decisão de Alexandre de Moraes até a conclusão desta edição. Mais cedo, quando questionad­o sobre o pedido de abertura de inquérito, Kassab disse, em nota, que seus atos sempre foram “pautados no cumpriment­o da legislação”. O PT nega irregulari­dades. A Yape Consultori­a e Debates não se manifestou sobre o caso.

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