O Estado de S. Paulo

Menções a Lula caem 41% nas redes sociais

Após condenação, estudo da FGV mostra ainda que Ciro Gomes é o mais citado como ‘herdeiro’ de votos do petista

- Marcelo Osakabe Facebook. Curta a página da Política facebook.com/politicaes­tadao

Uma semana após o julgamento do recurso apresentad­o pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª. Região (TRF-4), o volume de menções ao petista caiu 41% nas redes sociais, segundo um levantamen­to realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo foi feito com exclusivid­ade para o Estadão/Broadcast.

De acordo com o levantamen­to, ao mesmo tempo a discussão sobre os possíveis “herdeiros” de votos caso o petista fique fora da disputa presidenci­al em outubro cresceu.

“Tanto na esquerda (para além de Lula) quanto na direita (para além do deputado Jair Bolsonaro), o cenário é marcado, mais do que nunca, pela fragmentaç­ão e pela disputa sobre quem pode se descolar dos demais”, afirmou a Dapp.

Conforme a avaliação, no debate sobre o possível herdeiro dos votos de Lula, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) foi quem mais apareceu, em comparação à ex-ministra Marina Silva (Rede), ao líder do Movimento dos Trabalhado­res Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos e à deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB), todos eles presidenci­áveis.

A pesquisa mostrou ainda que o engajament­o em relação aos candidatos nas redes sociais caminhou para uma reacomodaç­ão aos níveis anteriores ao do julgamento de Lula, em 24 de janeiro, mas houve um reaquecime­nto do debate político.

Nesse sentido, houve ainda aumento de menções ao apresentad­or de TV e empresário Luciano Huck, que retomou níveis parecidos aos registrado­s antes do anúncio de sua “desistênci­a” de disputar a Presidênci­a, em novembro do ano passado. Huck registrou na quartafeir­a o mesmo volume de menções no Twitter do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina e Ciro.

Em números, Lula registrou

uma média diária de 165.748 menções no Twitter nesta semana, patamar bem mais modesto que o registrado no dia do julgamento, quanto teve 1,21 milhão de menções na rede social. Bem atrás do petista, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) contabiliz­ou média de 50.528 menções nesta semana. Alckmin e Ciro foram mencionado­s em uma média de, respectiva­mente, 3.489 e 3.016 postagens. Já as médias de Marina Silva e Huck ficaram em 1.708 e 1.819 por dia, respectiva­mente.

“Nenhum ator político apresenta, ainda que de forma remota, potencial de cresciment­o para se igualar a Lula ou a Bolsonaro como protagonis­ta nas redes, seja como porta-voz de determinad­as agendas (como economia ou educação), seja como personagem associado à corrida eleitoral de outubro”, afirma o estudo da Dapp/FGV.

Também no Facebook, Lula e Bolsonaro lideram com folga as menções dos usuários. O petista figurou com uma média de 111.388 postagens por dia, enquanto o deputado foi citado em 94.717 delas.

O levantamen­to da Dapp apontou que a febre amarela foi o principal assunto dentro do campo de políticas públicas no Twitter, com 567,7 mil citações na rede social desde o início de janeiro. O volume de postagens variou ao longo do período, com o pico coincidind­o com a discussão em relação à participaç­ão de macacos na dispersão da doença pelo País.

Apesar disso, poucos os usuários associaram a doença a políticos: o presidente Michel Temer foi citado em 1,6 mil postagens ligadas à doença, enquanto Alckmin e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tiveram 680 vezes e 470 menções, respectiva­mente.

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