O Estado de S. Paulo

Armas nucleares voltam aos planos de defesa do país

- Paul Sonne / W. POST

Anova estratégia nuclear do Pentágono pede a introdução de dois novos tipos de armas, efetivamen­te encerrando os esforços da era Barack Obama para reduzir o tamanho e o alcance do arsenal americano e o papel das armas nucleares nos planos de defesa.

A política do governo Obama tinha como base o que o ex-presidente chamava de obrigação moral de os EUA serem um exemplo nos esforços de livrar o mundo das armas nucleares. Mas os funcionári­os do governo Trump e militares americanos dizem que o enfoque do expresiden­te provou ser idealista, particular­mente diante do fato de a Rússia ter se tornado novamente um rival.

Eles argumentam que as ameaças mudaram drasticame­nte desde a divulgação da última estratégia nuclear do Pentágono, com a Rússia voltando a ser um adversário geopolític­o e tanto Moscou quanto Pequim estarem investindo em seus arsenais nucleares.

A Coreia do Norte, por sua vez, está perto de ter um míssil capaz de atingir o continente americano, trazendo novamente a ameaça de um conflito nuclear à psique americana pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria. A volatilida­de de Trump também trouxe aos americanos mais preocupaçõ­es com o fato de o presidente ter autoridade de ordenar um ataque nuclear.

A Rússia tem um arsenal nuclear de pequeno porte maior que o dos EUA. O Pentágono teme que Moscou possa tomar parcial ou totalmente um país aliado dos EUA e detonar uma pequena arma nuclear para impedir que as forças americanas tentem uma reação. Washington seria forçado a escolher entre lançar um ataque em larga escala contra a Rússia ou responder com armas convencion­ais, o que faria o governo americano parecer fraco. Por isso o Pentágono quer um armamento proporcion­al para fazer frente a esse tipo de ameaça. O Pentágono também quer reintroduz­ir um submarino lançador de mísseis de cruzeiro, que o governo Obama havia retirado do arsenal.

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