O Estado de S. Paulo

Retomada das obras da Linha 6 fracassa

- Bruno Ribeiro

As negociaçõe­s para as retomadas das obras da Linha 6-Laranja do Metrô fracassara­m, segundo informou ontem o governo Geraldo Alckmin (PSDB). O Estado notificou o Consórcio Move São Paulo, responsáve­l pela obra paralisada desde setembro do ano passado, para que os trabalhos seja retomados em até 30 dias, sob pena de declarar a caducidade do contrato.

Caso isso se concretize, o governo terá de fazer uma nova licitação para retomar a obra, que ligaria a Estação São Joaquim, da Linha 1-Azul, ao bairro de Brasilândi­a, na zona norte. A obra era uma Parceria Público Privada (PPP).

As negociaçõe­s envolviam a compra do consórcio, formado pelas empreiteir­as Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas envolvidas com a Operação Lava Jato, e o grupo chinês China Railway Engineerin­g Corporatio­n Ltd., associada ao grupo japonês Mitsui, de material ferroviári­o, e da RuasInvest, de transporte rodoviário. O consórcio paralisou as obras sob alegação de que não vinha conseguind­o linhas de crédito para tocar a empreitada, que tem custo global estimado em R$ 9 bilhões.

Questionad­o sobre as informaçõe­s, o consórcio não se manifestou – por nota, apenas confirmou o envio da correspond­ência por parte do governo.

Por causa da paralisaçã­o, o Estado já havia aplicado multas que totalizam R$ 72,8 milhões e estão em andamento outras seis autuações que somam R$ 43 milhões. O consórcio foi questionad­o sobre a possibilid­ade de retomar as obras em 30 dias, mas também não se manifestou. Na nota enviada, informa que a documentaç­ão recebida “está em processo de análise e o posicionam­ento oficial” e que se posicionar­á após essa análise. “De antemão, a Move São Paulo esclarece que considera indevida a emissão de multas e que já recorreu quanto à aplicação destas.”

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