Retomada das obras da Linha 6 fracassa
As negociações para as retomadas das obras da Linha 6-Laranja do Metrô fracassaram, segundo informou ontem o governo Geraldo Alckmin (PSDB). O Estado notificou o Consórcio Move São Paulo, responsável pela obra paralisada desde setembro do ano passado, para que os trabalhos seja retomados em até 30 dias, sob pena de declarar a caducidade do contrato.
Caso isso se concretize, o governo terá de fazer uma nova licitação para retomar a obra, que ligaria a Estação São Joaquim, da Linha 1-Azul, ao bairro de Brasilândia, na zona norte. A obra era uma Parceria Público Privada (PPP).
As negociações envolviam a compra do consórcio, formado pelas empreiteiras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas envolvidas com a Operação Lava Jato, e o grupo chinês China Railway Engineering Corporation Ltd., associada ao grupo japonês Mitsui, de material ferroviário, e da RuasInvest, de transporte rodoviário. O consórcio paralisou as obras sob alegação de que não vinha conseguindo linhas de crédito para tocar a empreitada, que tem custo global estimado em R$ 9 bilhões.
Questionado sobre as informações, o consórcio não se manifestou – por nota, apenas confirmou o envio da correspondência por parte do governo.
Por causa da paralisação, o Estado já havia aplicado multas que totalizam R$ 72,8 milhões e estão em andamento outras seis autuações que somam R$ 43 milhões. O consórcio foi questionado sobre a possibilidade de retomar as obras em 30 dias, mas também não se manifestou. Na nota enviada, informa que a documentação recebida “está em processo de análise e o posicionamento oficial” e que se posicionará após essa análise. “De antemão, a Move São Paulo esclarece que considera indevida a emissão de multas e que já recorreu quanto à aplicação destas.”