O Estado de S. Paulo

Mesmo sem verba, ministros vão mais a seus Estados

Em alguns casos, eles aproveitam os fins de semana de folga fora de Brasília para fazer articulaçõ­es políticas

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Mesmo em ministério­s sem verba para distribuir aos Estados, ministros-candidatos dão um jeito de privilegia­r seus redutos eleitorais. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es, Gilberto Kassab (PSD), por exemplo, esteve 18 vezes em cidades paulistas, mais do que em Brasília, quase sempre divulgando a prefeitos o programa Internet para Todos, de baixo investimen­to, mas alta popularida­de.

Há casos também de ministros que cumpriram agenda diferente da divulgada oficialmen­te. O ministro dos Transporte­s, Maurício Quintella Lessa (PR), passou a maior parte de janeiro “sem compromiss­os oficiais”, conforme sua agenda. Ele, no entanto, concedeu entrevista­s, despachou com prefeitos de municípios alagoanos e vistoriou, em três sextas-feiras do mês, obras de rodovias no Estado. Quintella é deputado federal licenciado e se articula para disputar o Senado pela primeira vez ou a reeleição à Câmara.

O chanceler Aloysio Nunes (PSDB), por sua vez, tem uma agenda pública voltada para a política externa brasileira, mas aproveita para tentar conciliar com os interesses de seu mandato de senador por São Paulo, do qual se licenciou. Ele vai se candidatar à reeleição. Quando possível, o ministro despacha do escritório de representa­ção do Itamaraty na capital paulista.

Fim de semana. À exceção das agendas de trabalho, os ministros também passaram a intensific­ar os fins de semana de folga fora de Brasília, em articulaçõ­es políticas. Em Pernambuco, uma frente governista de oposição ao governo Paulo Câmara, do PSB, tem reunido os ministros de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB), e da Educação, Mendonça Filho (DEM). Mendonça visitou cidades de Pernambuco em agenda oficial nove vezes nos últimos dois meses.

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