Assaltos e confrontos deixam 13 baleados no Rio em menos de 24h
O Rio de Janeiro voltou a registrar episódios de violência ontem e, em menos de 24 horas, 13 pessoas foram baleadas – seis morreram. Desde o fim do ano, a situação se agravou com a crise financeira no Estado e o desmantelamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Os moradores das comunidades têm convivido diariamente com tiroteios que envolvem grupos de traficantes rivais e policiais militares.
Um jovem de 21 anos foi baleado na cabeça durante a madrugada, vítima de um assalto, na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, que liga as zonas norte, oeste e o Centro do Rio. Ele foi identificado como o fotógrafo Emanuel de Oliveira Resende e levado para um hospital em Realengo, na zona norte.
De acordo com agentes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), uma patrulha fazia ronda na avenida quando ouviu disparos de arma de fogo na altura de Bangu, zona oeste da cidade. Ao chegarem ao local de onde partiram os tiros, os policiais encontraram a vítima ferida dentro do carro, com os faróis acesos.
Já na região metropolitana, um policial militar foi atingido por um tiro durante um assalto em Itaboraí, na noite de sextafeira. Segundo informações da Polícia Militar, o policial foi abordado quando lanchava em um trailer na Avenida Prefeito Milton Rodrigues da Rocha, em Manilha.
Os criminosos desembarcaram de um automóvel de cor prata e tentaram dominar a vítima. O policial reagiu e foi baleado. O ferido foi socorrido por pessoas que passavam pelo local e levado para o hospital. Os criminosos abandonaram o carro usado no roubo e fugiram.
Jacarepaguá. Na zona sul da cidade, houve novo tiroteio na Rocinha, zona sul, no início da noite de sexta. Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) entraram em confronto com criminosos armados. Dois homens ficaram feridos e foram levados ao Hospital Miguel Couto, na Gávea. Um deles não resistiu aos ferimentos e morreu. O outro ferido está sob custódia policial. Foram apreendidos uma mochila com drogas e fogos. Um terceiro suspeito conseguiu fugir, e um menor foi apreendido.
As comunidades da Rocinha e Cidade de Deus, que ficam na zona oeste, foram as que mais registraram confrontos este ano – 32 e 41, respectivamente. Os números são do aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ), em que os cariocas registram os episódios de violência que se deparam pela cidade.
Outras três pessoas acabaram baleadas em tiroteios na Praça Seca, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. As comunidades do bairro são alvo de disputa entre traficantes de drogas e milicianos.
Policiais militares também fizeram na manhã de ontem uma operação nas comunidades Chacrinha e Bateu Mouche. Foi ali que criminosos ligados ao tráfico de drogas e milicianos haviam travado intenso tiroteio durante a noite. Não houve confronto com os agentes.
Segundo a polícia, dois homens baleados também deram entrada na noite de sexta-feira na Unidade de Pronto Atendimento da Taquara. Na manhã de ontem, uma mulher foi ferida e levada para a mesma unidade de saúde.