O Estado de S. Paulo

Assaltos e confrontos deixam 13 baleados no Rio em menos de 24h

- Daniela Amorim /

O Rio de Janeiro voltou a registrar episódios de violência ontem e, em menos de 24 horas, 13 pessoas foram baleadas – seis morreram. Desde o fim do ano, a situação se agravou com a crise financeira no Estado e o desmantela­mento das Unidades de Polícia Pacificado­ra (UPP). Os moradores das comunidade­s têm convivido diariament­e com tiroteios que envolvem grupos de traficante­s rivais e policiais militares.

Um jovem de 21 anos foi baleado na cabeça durante a madrugada, vítima de um assalto, na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, que liga as zonas norte, oeste e o Centro do Rio. Ele foi identifica­do como o fotógrafo Emanuel de Oliveira Resende e levado para um hospital em Realengo, na zona norte.

De acordo com agentes do Batalhão de Policiamen­to em Vias Expressas (BPVE), uma patrulha fazia ronda na avenida quando ouviu disparos de arma de fogo na altura de Bangu, zona oeste da cidade. Ao chegarem ao local de onde partiram os tiros, os policiais encontrara­m a vítima ferida dentro do carro, com os faróis acesos.

Já na região metropolit­ana, um policial militar foi atingido por um tiro durante um assalto em Itaboraí, na noite de sextafeira. Segundo informaçõe­s da Polícia Militar, o policial foi abordado quando lanchava em um trailer na Avenida Prefeito Milton Rodrigues da Rocha, em Manilha.

Os criminosos desembarca­ram de um automóvel de cor prata e tentaram dominar a vítima. O policial reagiu e foi baleado. O ferido foi socorrido por pessoas que passavam pelo local e levado para o hospital. Os criminosos abandonara­m o carro usado no roubo e fugiram.

Jacarepagu­á. Na zona sul da cidade, houve novo tiroteio na Rocinha, zona sul, no início da noite de sexta. Policiais da Unidade de Polícia Pacificado­ra (UPP) entraram em confronto com criminosos armados. Dois homens ficaram feridos e foram levados ao Hospital Miguel Couto, na Gávea. Um deles não resistiu aos ferimentos e morreu. O outro ferido está sob custódia policial. Foram apreendido­s uma mochila com drogas e fogos. Um terceiro suspeito conseguiu fugir, e um menor foi apreendido.

As comunidade­s da Rocinha e Cidade de Deus, que ficam na zona oeste, foram as que mais registrara­m confrontos este ano – 32 e 41, respectiva­mente. Os números são do aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ), em que os cariocas registram os episódios de violência que se deparam pela cidade.

Outras três pessoas acabaram baleadas em tiroteios na Praça Seca, em Jacarepagu­á, na zona oeste do Rio. As comunidade­s do bairro são alvo de disputa entre traficante­s de drogas e milicianos.

Policiais militares também fizeram na manhã de ontem uma operação nas comunidade­s Chacrinha e Bateu Mouche. Foi ali que criminosos ligados ao tráfico de drogas e milicianos haviam travado intenso tiroteio durante a noite. Não houve confronto com os agentes.

Segundo a polícia, dois homens baleados também deram entrada na noite de sexta-feira na Unidade de Pronto Atendiment­o da Taquara. Na manhã de ontem, uma mulher foi ferida e levada para a mesma unidade de saúde.

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FABIO MOTTA/ESTADÃO Guerra. Rocinha foi palco de ao menos 32 tiroteios este ano

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