O Estado de S. Paulo

São Paulo sobe

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Otorcedor do São Paulo anda preocupado. Com razão. O medo de passar vexame, como no ano passado, faz com que as cobranças já tenham surgido, com meia dúzia de apresentaç­ões em 2018. As vaias disseram “Presente!”, no intervalo do jogo de ontem com o Botafogo. Ao final, se transforma­ram em aplausos, após os 2 a 0, terceira vitória na temporada, contra duas derrotas, um empate e diversas dúvidas em torno do futuro.

Não sou dos que intimam o público a ter paciência; no máximo, sugiro calma. Sei que fã que se preze age por impulso, na emoção, no calor da hora. Depois, reflete... Em todo caso, aqui vai de novo a recomendaç­ão de que se deve dar crédito de pelo menos outras seis partidas, para avaliação sensata a respeito do que a rapaziada de Dorival Júnior poderá oferecer.

A primeira parte do duelo com o Botafogo não foi animadora. O pessoal de Ribeirão mandou duas bolas na trave e testou à vontade os reflexos e a agilidade de Sidão. O goleiro evitou que o caldo tricolor entornasse. A segunda metade foi melhor, com a entrada de Cueva, com marcação melhor no meiocampo, e com eficiência nas chances que surgiram. Não muitas, três para ser bem justo. Duas foram aproveitad­as, nos lances com Diego Souza e no pênalti que Cueva cobrou, guardou e festejou com pedido de desculpas para a plateia. E, de quebra, para mostrar para o técnico da seleção do Peru, o argentino Ricardo Gareca, que se trata de profission­al confiável, pacato e etc.

Dorival observou, em boa parte do segundo tempo, como se comporta o São Paulo com trio experiente formado por Cueva, Nenê e Diego Souza, além de Petros e Jucilei no meio. Em princípio, esse é o bloco dos atletas experiente­s com o qual contará para dar estabilida­de e credibilid­ade ao time.

Nenhum dos cinco decepciono­u, tampouco foi exuberante. Provaram o que se sabe: são úteis, porém com tendência a desgaste. Por isso, será imprescind­ível para o técnico avaliar a condição individual a cada rodada, e durante os jogos. Para fazer mexidas necessária­s, antes que baixe muito o desempenho. O São Paulo devagar, com oscilações, começa a ter uma cara; ainda nem bonita nem feia. Estão delineados só os contornos.

No WC. Foi emblemátic­o: a eleição que apontou o novo presidente do Corinthian­s terminou com o ganhador, Andrés Sanchez, acuado no banheiro feminino do ginásio do Parque São Jorge. O dirigente foi levado para o reservado, para evitar agressões de grupos dissidente­s, inconforma­dos com seu retorno ao poder. Decepciona­nte o resultado, inadmissív­el a violência. Não se contesta resultados das urnas na base do grito, da intimidaçã­o e do tapa.

O sistema de escolha comporta um dado positivo e uma contradiçã­o. Bom que os sócios votem, apesar de frequência mínima (não chegou a 4 mil o número de eleitores). Ruim que não haja separação entre a gestão, digamos, da sede social e do futebol, hoje sem nenhuma convergênc­ia. Enquanto não houver clube-empresa, esse tipo de pleito não traduz a vontade, de fato, dos torcedores.

No caso do Corinthian­s, reconduziu ao poder dirigente que obteve vitórias no campo, mas levou a dívidas enormes, uma delas com a construção do estádio. E que, além disso, é investigad­o por crime tributário. O nome da chapa que encabeçou é Renovação e Transparên­cia.

Domingo no Parque. Palmeiras e Santos têm hoje teste para valer, no duelo da tarde, marcado para o Allianz. De um lado, o líder invicto do Paulista, em ascensão e com um contorno bem delineado sob o comando de Roger Machado. De outro, um Santos que aos poucos se apruma com Jair Ventura e que conta com o retorno de Gabigol. Bom programa.

Nenê estreia, Cueva volta (com gol), Diego Souza marca e devagar o time ganha forma

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