O Estado de S. Paulo

Empregos devem passar por mudanças

- C.S.

Um dos grandes temores globais em relação à quarta revolução industrial é com o futuro do emprego. Há estudos, como o da consultori­a americana McKinsey, que projetam perdas de mais de 50 milhões de empregos nos próximos anos.

“É certo que haverá um impacto no mercado de trabalho, mas não acredito que vá resultar num contingent­e enorme de desemprega­dos”, diz João Emílio Gonçalves, gerente executivo da CNI, para quem não há ainda dados suficiente­s para esse tipo de previsão.

Ele lembra que, nas revoluções anteriores, também houve especulaçõ­es sobre a perda de empregos, mas o que ocorreu foi uma transforma­ção das atividades. “Muitas desaparece­ram e foram substituíd­as por outras que exigem mais qualificaç­ão e menor esforço.”

Diante do desafio de renovação profission­al, a filial brasileira da Udacity – organizaçã­o educaciona­l de cursos on line criada por empreended­ores do Vale do Silício – oferece 23 cursos voltados à formação de mão de obra nas áreas de tecnologia de ponta.

Entre os cursos oferecidos estão os de realidade virtual, robótica, desenvolvi­mento de tecnologia­s de drones e engenharia de carros autônomos. “Iniciamos operações em 2016 e hoje temos 10 mil alunos”, informa Carlos Souza, diretor da Udacity para a América Latina.

Ainda neste semestre, a Udacity vai iniciar cursos de finanças ligadas às criptomoed­as e, mais adiante, de cibersegur­ança. O grupo também abrirá unidades em outros países da região, começando com México e Colômbia.

Reciclagem. Para Jaqueline Weigel, da consultori­a W Futurismo, “a perda real ocorrerá para quem não se reciclar”. A empresa desenvolve planos de inovação para empresas e oferece cursos e oficinas para executivos e funcionári­os.

“Todas as profissões precisam se reciclar, se repaginar e a educação é o desafio global que está mais atrasado”, afirma Jaqueline, para quem o governo e toda a sociedade precisam apoiar projetos nessas áreas.

Ela também acredita que muitas indústrias vão desaparece­r, mas outros tipos de indústria vão surgir. /

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