Busca é por profissional com visão estratégica e racicínio lógico
Essas qualidades, além de capacidade de influenciar pessoas, estão, e vão ficar cada vez mais, em alta no mercado de trabalho
Raciocínio lógico, visão estratégica, autoconhecimento, ambição, capacidade de influenciar pessoas e outras habilidades pessoais que já estão em alta no mercado de trabalho devem se tornar cada vez mais importantes nas próximas décadas.
Especialistas em recursos humanos preveem que o aumento da automação e da IA nas empresas deve aumentar a demanda por profissionais com capacidades de relacionamento e liderança. Além disso, investir constantemente em educação e atualização profissional será ainda mais importante para alcançar não só conhecimento técnico, mas também a capacidade de adaptação ao mundo digital. Afinal, a revolução no mundo do trabalho pode criar novas profissões e oportunidades.
Resistir à tendência da inteligência artificial não é recomendado por nenhum especialista consultado. Ao contrário, sugerem estudar o assunto e encarar os robôs como aliados. “De algum modo, é preciso que as pessoas se aproximem dessa realidade e comecem a pensar suas carreiras levando em conta o fator digital”, diz o professor Leonardo Trevisan, da PUC.
A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Elaine Saad, chama a atenção para a importância de habilidades pessoais. “Quanto mais a pessoa desenvolvê-las, maior é a chance de sobreviver, mesmo que sua profissão esteja ameaçada”, diz. Para ela, é difícil prever as consequências da automação, mas os profissionais precisam ficar atentos às demandas que serão criadas. “Na história, sempre que um movimento histórico diminui a intensidade de uma determinada profissão, acaba aumentando em outra.”
A pesquisa da McKinsey sobre o impacto da IA nas carreiras mostra que, nas próximas décadas, serviços dificilmente automatizáveis e que hoje são encarados como trabalho doméstico devem gerar novos negócios. “O que se prevê é que metade das atividades que hoje são consideradas domésticas vão passar a ser funções de trabalho”, diz Fernanda Moya, da McKinsey.
Para as empresas, Fernanda diz que uma das maiores dificuldades será capacitar a força de trabalho para lidar com as máquinas. “A maneira de se capacitar vai mudar radicalmente, você vai ter de investir muito mais para transformar a força de trabalho.”
Em comparação ao resto do mundo, porém, é possível que o Brasil veja essa transformação ocorrer mais tarde. Segundo a Federação Internacional de Robótica, enquanto a média mundial é de 69 robôs para cada mil trabalhadores, aqui a proporção é de apenas uma máquina para cada mil profissionais.
“Na história, sempre que o movimento histórico diminui a intensidade de determinada profissão, acaba elevando em outra” Elaine Saad PRESIDENTE DA ABRH