O Estado de S. Paulo

Ares tropicais

Cultivadas em vasos, canteiros ou suportes, plantas nativas, dentro ou fora de casa, imprimem frescor e exuberânci­a na decoração.

- Vivian Codogno / REPORTAGEM

Luz, água e nutrientes: os elementos básicos para a manutenção da vida das plantas tropicais estão ao alcance de qualquer aspirante a jardineiro. Mesmo em ambientes fechados, espécies que costumam florescer no verão podem se desenvolve­r bem, desde que a escolha seja certeira e os cuidados respeitado­s.

Adepta da criação em seu próprio apartament­o, a arquiteta e paisagista Denise Barretto transformo­u sua varanda de 40m² em um verdadeiro refúgio. Nela, habitam atualmente palmeiras, clúsias (uma espécie de arbusto) e até mesmo uma figueira. “A colocação dos grupos de vasos, em cada ângulo da varanda, criou uma massa de vegetação maciça, que ajuda a abafar os ruídos da cidade”, conta Denise. “As plantas tropicais são indicadas para o cultivo em residência­s pois, além de valorizare­m a decoração,

se adaptam bem aos interiores”, completa sua análise a paisagista.

Para quem sonha em ter ao menos um pedacinho de Mata Atlântica em casa, o primeiro aspecto a ser considerad­o é a intensidad­e da iluminação natural necessária para cada espécie. Depois vem a questão da mobilidade uma vez que, eventualme­nte, trocar as plantas de posição de tempos em tempos é um fator que precisa ser considerad­o. “Há plantas que gostam de locais com muita luminosida­de, como a figueira, e outras que preferem ambientes a meia sombra, como a palmeira, muito utilizada em espaços internos, por exemplo”, pontua Denise. “Mas para todas vale a dica: folhas amarelas indicam excesso de luz, enquanto as escuras podem ser sinalizar falta de luminosida­de.”

Em relação à quantidade de água, em muitos dos casos, as plantas morrem mais pelo excesso do que pela ausência de irrigação. Por isso, verificar a real necessidad­e é também fator determinan­te para um jardim de sucesso. Para

não errar, verifique a umidade da terra do vaso sempre que possível colocando os dedos a dois ou três centímetro­s de profundida­de para checar se ela está seca ou encharcada. “Utilizo vasos cerâmicos em tons de terracota envelhecid­o, que permitem que a folhagem fique espalhada e vistosa na decoração”, observa.

A área verde pode, porém, ficar limitada quando os proprietár­ios e cuidadores do jardim têm pouco ou nenhum tempo disponível no dia a dia para a criação. Mesmo nesses casos, há espécies tropicais que também se adaptam a

vasos e ambientes internos sem a necessidad­e de cuidados intensos. O caso mais notório é o da famosa samambaia, aplicada no projeto do arquiteta Marcella Monfrinatt­i, da TWODesign.

A escolha das variáveis paulistinh­a e crespa se deram justamente pela baixa incidência de iluminação natural do apartament­o e pelo tempo restrito dos moradores para o cuidado. “Todas são plantas que se adaptam bem em apartament­os pela pouca incidência de sol. É bom mantê-las em ambiente arejado e regá-las de uma a duas vezes por semana”, explica o arquiteto, que optou por acomodá-las em nichos. “A escolha dos vasos também precisa ser levada em consideraç­ão para que a planta não fique espremida. Nesse caso a escolha dos caixotes de madeira foi perfeita”, completa.

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 ??  ?? lVaranda da arquiteta e paisagista Denise Barretto foi adaptada para receber espécies tropicais como palmeiras e figueiras; abaixo, destaque para uma samambaia
lVaranda da arquiteta e paisagista Denise Barretto foi adaptada para receber espécies tropicais como palmeiras e figueiras; abaixo, destaque para uma samambaia
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FOTOS: JULIA RIBEIRO lIncidênci­a de luminosida­de natural foi fator que determinou a disposição das espécies na área externa da paisagista; a figueira precisa de luz intensa para se desenvolve­r. Por sua vez, a palmeira prefere a sombra
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 ?? FOTOS: JULIA HERMAN ?? l Paulistinh­a e Crespa, variações da samambaia, são plantas que se adaptam bem a pouca incidência de sol e foram aplicadas neste apartament­o planejado pela TWODesign; à direita, detalhe da estante que abriga as espécies MCA ESTÚDIO
FOTOS: JULIA HERMAN l Paulistinh­a e Crespa, variações da samambaia, são plantas que se adaptam bem a pouca incidência de sol e foram aplicadas neste apartament­o planejado pela TWODesign; à direita, detalhe da estante que abriga as espécies MCA ESTÚDIO
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lÁrea externa de apartament­o planejado pela arquiteta Marise Kessel, da MK Arquitetur­a, se tornou um vigoroso jardim com bromélias e liríopes, uma espécie de gramínea. Ambas se adaptam muito bem com a meia sombra
 ?? ANDRE NAZARETH ?? FOTOS GUI MORELLI c Projeto da arquiteta Andrea Chicharo envolve bambu e bromélias, plantas que se adaptam com facilidade a ambientes com baixa incidência de luz; abaixo,, apartament­o projetado por Marlon Gama tem mini palmeiras, mini orquídeas e suculentas em pequenos vasos
ANDRE NAZARETH FOTOS GUI MORELLI c Projeto da arquiteta Andrea Chicharo envolve bambu e bromélias, plantas que se adaptam com facilidade a ambientes com baixa incidência de luz; abaixo,, apartament­o projetado por Marlon Gama tem mini palmeiras, mini orquídeas e suculentas em pequenos vasos
 ?? MARCELO NEGROMONTE ?? cÀ esquerda, peixinho e babosa, espécies habituadas à meia sombra, dividem espaço com uma yucca, que precisa de iluminação abundante; ao lado, palmeira-leque, pandano rasteiro e peixinho, exemplares que precisam de muita água e pouca luz, habitam varanda projetada pela Korman Arquitetos
MARCELO NEGROMONTE cÀ esquerda, peixinho e babosa, espécies habituadas à meia sombra, dividem espaço com uma yucca, que precisa de iluminação abundante; ao lado, palmeira-leque, pandano rasteiro e peixinho, exemplares que precisam de muita água e pouca luz, habitam varanda projetada pela Korman Arquitetos
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