O Estado de S. Paulo

Seguro agrícola cresce e atrai empresas no Brasil

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Osetor de seguros vê grande potencial na agropecuár­ia do Brasil. No ano passado, a venda de apólices para proteção de lavouras cresceu 4%, e atingiu R$ 1,8 bilhão. Wady Cury, presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), conta à coluna que o subsídio do governo ao produtor é importante para estimular a cobertura das lavouras, mas é o interesse crescente do próprio setor agropecuár­io que sustenta o avanço. E a procura não se limita à agricultur­a. O total contratado em todas as modalidade­s de seguro rural aumentou 13% em 2017, para R$ 4,1 bilhões. Em 2018, espera-se expansão de 10%. “O cresciment­o acima de dois dígitos vem chamando a atenção das empresas do setor”, diz o executivo. » No rastro. Uma dessas empresas é a norte-americana Markel, que começou a oferecer seguro agrícola no Brasil em 2017 e projeta dobrar a meta este ano, para R$ 22 milhões. O impulso será dado pela inclusão da empresa na lista do Ministério da Agricultur­a de companhias autorizada­s a vender apólices com subsídio do governo federal – da qual já fazem parte Sancor e Tokio Marine.

» Direto na mesa. A Marfrig fechou parceria com a Nestlé para ampliar o portfólio de produtos prontos para consumo. O investimen­to é de R$ 4 milhões em uma linha de molhos prontos para carnes e arroz com 14 sabores, que deve chegar ao varejo até o meio do ano. A expectativ­a é comerciali­zar 200 toneladas por mês no mercado interno e também na Europa, América do Norte e Caribe, o que deve ampliar em R$ 3,3 milhões o faturament­o da operação de industrial­izados.

» Mais um no mercado. À coluna, Rui Mendonça, executivo-chefe de Operação e Industrial­izados da Divisão Beef da Marfrig, diz que o intuito é expandir a divisão de produtos processado­s da empresa, aproveitan­do a tecnologia existente. Com esse movimento, a Marfrig se aproxima do perfil de concorrent­es como JBS e BRF, que dispõem de um amplo leque de produtos.

» Sondagens. Empresas de melhoramen­to genético de sementes que atuam no Brasil têm sido procuradas por gigantes do setor, como Basf, Bayer, Syngenta e DowDupont. O interesse é um só: aquisição. A paranaense TMG – a quarta

Sumidos.

Um atento auxiliar do governo contou apenas dois deputados federais – Daniel Vilela (MDB-GO) e Heuler Cruvinel (PSD-GO) – no evento de lançamento do programa de pré-custeio da safra 2018/2019, semana passada, em Rio Verde (GO). Nenhum senador. No palco, além do presidente Michel Temer, estavam quatro ministros e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). maior do mercado de sementes de soja no País, com fatia de 13% –, é uma delas. O grupo argentino GMD Seeds, com 32% de share, também está na mira das multinacio­nais, que iniciaram de dois anos para cá forte movimento de consolidaç­ão no mundo. Fontes que acompanham o assunto asseguram que elas não descartam a possibilid­ade de serem compradas.

» Crédito online. O Banco do Brasil espera alcançar R$ 1,2 bilhão em financiame­ntos agrícolas de custeio e investimen­to para a safra 2018/2019 por meio do aplicativo disponível para smartphone­s e tablets. O valor representa quase 10% dos R$ 14,5 bilhões previstos para serem liberados pelo programa este ano. A instituiçã­o financeira projeta também atingir R$ 1 bilhão em contrataçõ­es durante o Show Rural Coopavel, primeira grande mostra agrícola do ano, que começa nesta segunda-feira em Cascavel (PR).

» Agora vai. O banco AGCO Finance aposta na expansão das vendas de máquinas agrícolas por Crédito Direto ao Consumidor (CDC), linha com recursos próprios da instituiçã­o. Em Cascavel, a expectativ­a da AGCO é de que pelo menos 10% dos negócios sejam efetivados com esta modalidade, oferecida pela primeira vez com juro zero para pagamento da dívida em até 12 meses.

» Comparação. Paulo Schuch, superinten­dente comercial do AGCO Finance, comenta que as operações com CDC no banco aumentaram 240% em 2017 e que a maior procura tem sido para adquirir máquinas de pequeno e médio portes, já que o prazo máximo de amortizaçã­o é de três anos com juros de 6,5% ao ano. Para equipament­os de maior porte, o Moderfrota (linha subsidiada pelo governo federal) dá até sete anos para quitar a dívida a juros de 7,5% a 10,5% ao ano.

» No aguardo. O Ministério da Agricultur­a espera que os russos anunciem esta semana a reabertura das importaçõe­s de carnes bovina e suína brasileira­s, suspensas desde 1.º de dezembro por questões sanitárias. Entre terça-feira (6) e quintafeir­a (8) será realizada em Moscou a Agrofarm, tradiciona­l mostra do setor agropecuár­io na qual exportador­es e importador­es definem negócios e cotas comerciais para o ano. A expectativ­a é de que um anúncio do governo local ocorra durante a feira.

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NECO VARELLA/ESTADÃO-12/1/2005 Milho afetado pela seca. Interesse por proteção de lavouras avança
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BETO BARATA/ESTADÃO-30/1/2018

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