O Estado de S. Paulo

A atriz Helen Mirren é a herdeira das armas Winchester em terror psicológic­o

- Antonio Martín Guirado

A atriz Helen Mirren fez praticamen­te de tudo em sua carreira. Agora, aos 72 anos, ela se aventura em um terror psicológic­o com A Maldição da Casa Winchester, um filme que traz uma mensagem contra o tráfico de armas e com o qual ela espera chegar a esse público que, como ela disse nesta entrevista à EFE, adora “as histórias de violência”.

“Alguns dos filmes que fiz acabaram sendo um verdadeiro horror”, admite entre risos a dama britânica, “mas não acho que A Maldição da Casa Winchester, que estreou na sexta-feira, 2, nos EUA, seja um filme assustador. Para mim, é uma história de fantasmas. Creio que há uma grande diferença”.

“É claro que há momentos de sobressalt­o e que dão medo, mas isso faz parte do gênero, que me parece ser muito nobre. Existe uma rica tradição, especialme­nte no Japão, e eu queria fazer parte disso”, comentou a artista londrina, que reconhece não ser comum a presença de grandes astros neste tipo de projeto.

A Maldição da Casa Winchester, filme dirigido e escrito pelos irmãos Michael e Peter Spierig, concentra-se em Sarah Winchester, a herdeira da fortuna gerada pela carabina de repetição Winchester. Segundo a lenda, no início do século 20, ela construiu uma enorme casa nos arredores de São Francisco para aprisionar as almas das pessoas mortas com as armas fabricadas por sua família.

“Eu achei o projeto muito atraente. A casa existe e Sarah existiu. Sua vida está envolta em um halo de mistério. Ninguém sabe por que ela construiu essa casa ou por que se converteu em uma reclusa lá. Pareceu ser um material fascinante e até mesmo shakespear­iano”, disse a vencedora do Oscar por A Rainha (2006). “Atuei muito em função do peso de sua culpa e da dor que ela carregava.”

“É um personagem imerso na dor, perda e tristeza. Eu gosto de apoiar-me na imaginação e ainda mais neste contexto gótico, exótico e extremo”, disse a atriz, que na vida real aderiu a uma iniciativa da organizaçã­o humanitári­a Oxfam para controlar a venda ilegal de armas.

“É uma situação que se prolifera no mundo. Essas armas

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