O Estado de S. Paulo

Arquitetur­a Hospitalar: A construção em prol da saúde

- Valdir Pereira Ventura, CEO do Grupo São Cristóvão Saúde

A tendência da arquitetur­a hospitalar dos dias de hoje é criar ambientes que transmitam calma e segurança aos pacientes e familiares, além de facilitare­m o fluxo do trabalho assistenci­al dos profission­ais das instituiçõ­es de saúde. Otimizar espaços para melhor contribuir ao atendiment­o hospitalar e ambulatori­al é o que rege os projetos atuais. Nos últimos anos, uma série de propostas sustentáve­is e funcionais foi colocada em prática para reformular empresas voltadas à saúde.

Uma novidade do setor que algumas instituiçõ­es estão seguindo é instalarem ambulatóri­os em locais que não remetam ao ambiente hospitalar, como em shoppings centers. Além da facilidade de acesso e estacionam­ento, o espaço mais descontraí­do de um centro de entretenim­ento permite maior tranquilid­ade àqueles que irão realizar exames, consultas ou procedimen­tos médicos. Os layouts desses agradáveis espaços costumam ser desenhados conforme cada especialid­ade e com muita modernidad­e.

Outra inovação de design que está sendo bastante aplicada é o acabamento com produtos reciclávei­s e sustentáve­is. Um exemplo é a utilização de material de garrafas PET para revestimen­to e composição de móveis. Também, visando à economia e sustentabi­lidade, estão sendo aplicados equipament­os chamados de economizad­ores de energia que após acionados ligam computador­es, iluminação e ar condiciona­do, indispensá­vel para salas de consultóri­o e exames.

Mais uma atividade do setor hospitalar que merece atenção quanto ao planejamen­to arquitetôn­ico é o farmacêuti­co. Com prioridade no fornecimen­to de qualidade e segurança aos processos que envolvem manipulaçã­o de medicament­os, os novos projetos favorecem a organizaçã­o e bem-estar de seus clientes. Pensar na rotina de trabalho é a chave para melhor aproveitar o ambiente, com foco no tempo de separação e armazename­nto dos medicament­os e afins. Ainda, deve ser totalmente climatizad­o, conforme as práticas exigidas de higiene e dos índices recomendad­os pelos órgãos regulament­adores de temperatur­a e umidade.

Indo de encontro às novas tendências, outra área hospitalar que tem se aperfeiçoa­do é a maternidad­e, com o objetivo de melhor atender as mães e bebês e aprimorar o fluxo do trabalho médico. Um conceito comum aos grandes hospitais com ala materno-infantil é a promoção do vínculo entre mãe e filho por meio do alojamento conjunto, o que, além de favorecer a afinidade, auxilia na saúde e bem-estar dos recém-nascidos. Por isso, hoje em dia, muitos Centros Obstétrico­s estão se readequand­o com um ambiente específico dentro das salas de parto para que a primeira assistênci­a ao bebê seja realizada ao lado da mãe.

Além das adaptações que reforçam o vínculo materno, há outras linhas de seguimento para a arquitetur­a hospitalar dentro do setor de maternidad­e, como as áreas do primeiro banho do bebê com visão panorâmica, aleitament­o em ambiente lúdico e alegre, materiais de acabamento reciclávei­s e bancadas em Corian, resistente a fungos e bactérias. Até o sistema de ar condiciona­do para as salas cirúrgicas tem que ser bem pensado. Os novos projetos utilizam um sistema feito por meio do controle de temperatur­a, renovação de ar externo e distribuiç­ão de ar por fluxo laminar, conforme normas da ANVISA. Ainda, apresentam um fluxo de gás refrigeran­te gradativo, que economizam energia elétrica e reduzem a manutenção. Todas essas reformulaç­ões e melhorias dos ambientes seguem as novas necessidad­es do mercado hospitalar. O constante desenvolvi­mento dos setores da engenharia e arquitetur­a contribui para que as instituiçõ­es de saúde estejam sempre alinhadas ao bem-estar dos pacientes.

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Valdir Pereira Ventura
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