O Estado de S. Paulo

‘Palavra fugir não existe na minha vida’, afirma Lula

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que “a palavra fugir” não existe na vida dele ao ser questionad­o se cogitaria deixar o País caso tivesse a prisão decretada. A declaração foi dada no mesmo dia em que o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região publicou acórdão do julgamento do recurso do petista. Em janeiro, a 8.ª Turma do tribunal confirmou a condenação de Lula no caso do triplex do Guarujá e elevou a pena imposta pelo juiz Sérgio Moro para 12 anos e 1 mês no regime fechado.

“A palavra fugir não existe na minha vida. Escapei da fome. Vou encarar qualquer situação de cabeça erguida”, disse o expresiden­te à Rádio Jornal, de Pernambuco. Lula reafirmou que será candidato à Presidênci­a e criticou sua condenação. “Eu imaginava que a segunda instância existia para corrigir os equívocos da Justiça.”

Prazos. Com a publicação do acórdão, a defesa de Lula tem até as 23h59 de 20 de fevereiro para entrar com embargos de declaração. Por meio deste recurso, os advogados podem questionar, no TRF-4, obscuridad­es da sentença. No julgamento de janeiro, os desembarga­dores determinar­am o cumpriment­o da pena após esgotados os recursos na Corte.

Não há prazo para a análise do recurso. Após receber os embargos, o relator elabora parecer e marca a data para julgamento. A defesa poderá ainda entrar com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça e recurso extraordin­ário no Supremo Tribunal Federal.

Também ontem, a PF devolveu o passaporte de Lula, apreendido no âmbito da Operação Zelotes. A restituiçã­o se deu em cumpriment­o à decisão do juiz federal Bruno Apolinário. / R.M.M., GILBERTO AMENDOLA, RICARDO BRANDT, LUIZ VASSALLO, JULIA AFFONSO, AMANDA PUPO e ANDERSON BANDEIRA, ESPECIAL PARA O ESTADO

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