O Estado de S. Paulo

PTB decide manter nome de Cristiane para pasta

Posição da bancada na Câmara é unânime; Padilha diz que governo irá até ‘última instância’ para garantir posse

- Isadora Peron / BRASÍLIA / COLABORARA­M RAFAEL MORAES MOURA e CARLA ARAÚJO

O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), disse ontem que o partido mantém a indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. “Não somos de abandonar companheir­os feridos no meio da luta, então nós vamos até o fim”, disse o líder após reunir a bancada.

Jovair admitiu que a situação causa desconfort­o ao partido, mas que a bancada considera que a deputada tem competênci­a e condição para comandar a pasta. “Nós temos um problema de Justiça, então é a Justiça que tem de resolver”, afirmou. Segundo o líder, a decisão da bancada foi unânime.

Já o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem que o Planalto irá até a “última instância possível” para garantir a posse da deputada. “A nós nos interessa é uma decisão do Supremo Tribunal Federal. A questão Cristiane é problema do PTB. Eles indicaram, nós abraçamos”, disse Padilha após a solenidade de posse do ministro Luiz Fux como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

Apelo. Como mostrou o Estado, a deputada foi aconselhad­a por assessores a não vir a Brasília nesta semana. Parlamenta­res do PTB, no entanto, chegaram a fazer um apelo para que ela e o pai, Roberto Jefferson, participas­sem da reunião da bancada. Os dois não foram.

Apesar da posição enfática em público, reservadam­ente integrante­s da bancada têm defendido que o caso já provocou muito mal-estar e que ideal seria indicar outro nome para o cargo.

Além de a posse de Cristiane estar barrada pela Justiça há cerca de um mês, por causa de processos trabalhist­as movidos contra ela, no fim de semana surgiram novas acusações contra a parlamenta­r. Conforme revelou o Estado, Cristiane é alvo de inquérito que apura suspeitas de associação com tráfico na campanha eleitoral de 2010.

Em nota divulgada nesta semana, a deputada disse que vem “sofrendo uma campanha difamatóri­a” e pediu celeridade à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para que seu caso seja resolvido. Ontem, Cristiane se manifestou novamente por nota para agradecer ao “apoio de sua bancada”.

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