O Estado de S. Paulo

Prata em 2012, Esquiva está ‘muito triste’

- Wilson Baldini Jr.

A possível saída do boxe nos Jogos de Tóquio-2020 surpreende­u e deixou preocupado­s algumas das referência­s do esporte no Brasil. “Se isso acontecer, é muito triste. Muitos atletas sonham em disputar uma Olimpíada e se preparam há muito tempo para isso”, disse Esquiva Falcão, prata em Londres-2012 e possível desafiante ao título mundial profission­al na categoria dos pesos médios em julho.

“Temos de ter uma grande mudança no comando do boxe olímpico. Eles pensam que são os donos e fazem o que querem. A grande estrela do esporte é o atleta e os dirigentes não valorizam. A maioria deles cai de paraquedas nas entidades”, afirmou Luiz Dórea, ex-técnico de Acelino Popó Freitas e que trabalha atualmente com Robson Conceição, campeã olímpico na Olimpíada do Rio-2016.

O boxe é um esporte que distribui 64 medalhas nas 10 categorias disputados no masculino e nas três do feminino. Cerca de 300 boxeadores disputam os Jogos. Por tudo isso, o boxe é uma modalidade visada há tempo pelo Comitê Olímpico Internacio­nal (COI) para ter sua participaç­ão diminuída. O caso de Gafur Rakhimov, além de ser imoral, é um bom pretexto para Thomas Bach, presidente do COI. Quem perde com isso é um esporte tradiciona­l, que já revelou desde 1904 mitos como Muhammad Ali.

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