O Estado de S. Paulo

Internatio­nal Board critica a decisão do Brasil

Entidade lamenta a não utilização do recurso no Campeonato Brasileiro, mas diz que não pode impor a tecnologia

- Jamil Chade CORRESPOND­ENTE / GENEBRA

A Internatio­nal Board (Ifab), entidade que serve de guardiã das regras do futebol, lamentou a decisão de não implantar o árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro de 2018. Mas indicou que não pode forçar ninguém a aplicar a tecnologia e que não existirá, por enquanto, qualquer tipo de apoio internacio­nal para financiar o uso do sistema pelo mundo.

O Brasil, assim, é o primeiro caso de um país que fazia parte do grupo de campeonato­s autorizado­s a testar o sistema a optar por não usar a tecnologia.

Na segunda-feira, a maioria dos clubes da Série A do campeonato brasileiro decidiu que, por conta dos custos, não haverá árbitro de vídeo no torneio deste ano. O sistema custaria em torno de R$ 20 milhões e, para a CBF, caberia aos clubes bancar o investimen­to. Doze deles votaram contra, com uma abstenção e sete a favor.

“Não é a melhor das notícias”, disse ao Estado o secretário-geral da Ifab, Lucas Brud. No início de março, sua entidade e a Fifa devem anunciar a aprovação final da tecnologia e dar um sinal verde para que a Copa do Mundo, na Rússia, seja a primeira a usar o vídeo nas edições do Mundial.

No total, 25 competiçõe­s em 15 países diferentes estavam participan­do a fase de testes do árbitro de vídeo. O envolvimen­to do Brasil no processo era considerad­o importante, diante do peso que o Campeonato Nacional pode ter em convencer outros a seguir o mesmo caminho. “A realidade é que não podemos impor o sistema a ninguém. Cabe a cada federação decidir o que quer fazer”, destacou Brud.

O dirigente admite que as entidades internacio­nais não podem fazer nada se não houver um acordo sobre quem deve arcar com os custos. Ele lembra que, antes de iniciar os testes, os alemães tiveram o mesmo debate e, numa primeira votação, os clubes também se negaram a arcar com as despesas. Mas um acordo acabou sendo encontrado um ano depois.

Custo elevado. Segundo Brud, não há uma previsão de que o custo da implementa­ção do vídeo seja reduzido de forma substancia­l nos próximos anos. “A tecnologia pode ver uma queda em seu preço. Mas sua implementa­ção exige um número elevado de técnicos e de árbitros e esse custo não vai cair”, explicou o dirigente da Internatio­nal Board.

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CONMEBOL-14/9/2017 Testes. Árbitro de vídeo será adotado só na Copa do Brasil

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