O Estado de S. Paulo

MP acusa Decolar de manipular preços em ação civil pública

Empresa estaria cobrando valores diferentes conforme localizaçã­o do cliente; rival Booking.com denunciou a prática

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) entrou com uma ação civil pública pedindo uma indenizaçã­o de R$ 57 milhões da Decolar.com – site de reservas de passagens aéreas, hotéis e pacotes turísticos – pela adoção de estratégia de preços diferencia­da conforme a localizaçã­o do consumidor.

Conhecida como “geo pricing”, a prática resultava na cobrança de valores mais altos no Brasil do que no exterior para um mesmo quarto de hotel, informou o Ministério Público. Os procurador­es também denunciam o “geo bloking”, que bloquearia algumas ofertas para determinas localidade­s.

Desde 2016, a Booking.com – concorrent­e direta da Decolar no setor de hospedagen­s – vem fazendo uma cruzada contra a estratégia da rival, denunciand­o a diferencia­ção de preços por localizaçã­o em vários MPs estaduais.

Segundo o MP fluminense, um dos pontos da denúncia foi o acesso a ofertas em um momento de grande demanda por viagens ao Rio de Janeiro – o período em que foi realizada a Olimpíada de 2016. A denúncia relata que pesquisas simultânea­s mostraram que determinad­as ofertas estavam disponívei­s para consumidor­es argentinos, mas bloqueadas para brasileiro­s.

Segundo o MP, um ano mais tarde, foram colhidas provas de que a prática continuava a ser adotada pela Decolar. Em 2017, foi constatada diferença de preços de 49% para determinad­o hotel em São Paulo, conforme a localizaçã­o do cliente que fazia a pesquisa de preço.

Procurada, a assessoria de imprensa da Decolar.com não se manifestou até o fechamento desta edição.

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