O Estado de S. Paulo

Zona do euro cresceu mais do que os EUA

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A zona do euro cresceu 2,5% entre 2016 e 2017, porcentual superior ao cresciment­o dos Estados Unidos (+2,3%) e do Reino Unido (+1,8%) e melhor resultado em 10 anos, segundo a agência oficial de estatístic­as da União Europeia Eurostat. O ritmo de cresciment­o deve se manter em 2018, com benefícios generaliza­dos para a economia mundial, inclusive para o Brasil.

O Produto Interno Bruto da zona do euro superou os níveis anteriores à crise do final da década passada e o desemprego está em queda. A inflação também foi muito baixa – 1,4% em 2017 – e tende a cair, pois é estimada pela Eurostat em 1,3% nos 12 meses terminados em janeiro de 2018.

A retomada deve ser creditada, em grande parte, à política do Banco Central Europeu (BCE). O afrouxamen­to monetário permitido pela inflação baixa favoreceu o reequilíbr­io dos sistemas bancários nacionais, ameaçados pela insolvênci­a de grandes devedores. Já se prevê que o BCE, que comprou ¤ 2,3 trilhões em bônus, possa intensific­ar a redução dos programas de apoio às economias da área, que respondera­m positivame­nte aos estímulos.

Entre os países analisados, a Espanha se destacou, com avanço do PIB de 3,1%. A Alemanha cresceu 2,2%. A França, com cresciment­o de 1,9%, também ficou abaixo da média, mas registrou a maior taxa desde 2011.

O desemprego da zona do euro se reduziu de 9,7% em 2016 para 8,7% em 2017. Ou seja, é inferior ao do Brasil, onde foi de 12,7% em média em 2017 e de 11,8% no último trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

Em contraste com a maioria dos países europeus, o desemprego na Grécia, cujo desequilíb­rio fiscal a levou à insolvênci­a em 2010, notadament­e devido ao enorme déficit da previdênci­a social, atingiu 20,7%, mais que o dobro da média regional.

O fortalecim­ento da economia europeia já beneficia o Brasil e poderá beneficiar ainda mais neste ano, seja via atração de investimen­tos, seja no comércio exterior.

As exportaçõe­s brasileira­s para 21 países da região foram de US$ 34,7 bilhões em 2017, 4,6% superiores ao total exportado em 2016, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O cresciment­o foi muito inferior ao das exportaçõe­s totais (+18,5%) e ao das exportaçõe­s de manufatura­dos (+8,6%). Este é um problema que cabe enfrentar.

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