O Estado de S. Paulo

‘Temos tempo para uma reforma preventiva’

- Adriana Fernandes / BRASÍLIA

Negociador técnico da proposta de reforma, o secretário de Previdênci­a do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, diz que ainda há tempo para fazer uma proposta preventiva e evitar medidas mais duras.

Qual o prejuízo de não votar a reforma da Previdênci­a agora?

A reforma é importante por uma questão de igualdade. Para termos um tratamento mais igualitári­o, não fazendo diferença entre deputado, senador, juiz, desembarga­dor ou alguém que tenha um emprego de remuneraçã­o mais baixa no setor privado. Outra questão é o ajuste nas contas públicas, para dar sustentabi­lidade e para não chegarmos a uma situação tal como correu em Portugal e Grécia, onde houve a necessidad­e de reduzir o valor dos benefícios.

Vai dar tempo de aprovar a reforma em 2018?

Ainda temos tempo de fazer uma reforma preventiva. Prevenir é melhor que remediar. A proposta tem uma regra de transição longa, que fecha o ciclo da reforma em 20 anos.

Se não for aprovada agora, por que fica mais caro depois?

Tem uma questão estrutural. O Brasil passa por um envelhecim­ento populacion­al muito acelerado. É uma questão técnica, mas que é verdadeira.

O sr. continua confiante?

Sim. E vamos fazer de tudo para aprová-la o mais rápido possível. Qualquer alteração que vier na proposta terá de levar em consideraç­ão três grandes fatores: que contribua para reduzir a desigualda­de do País; o impacto fiscal; e como a alteração torna o ambiente mais propício à aprovação.

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