O Estado de S. Paulo

Gig Nova vai fazer quarta edição dedicada às vozes

Sem instrument­os, os grupos Barbatuque­s, Sambaranda e Seis Canta se juntarão a quatro cantoras convidadas

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Depois de três edições mostrando quase 50 instrument­istas de destaque na nova música brasileira, o projeto Gig Nova girou seus holofotes para as vozes. O Gig Nova Vozes, seguindo o formato do encontro promovido pelo Estadão desde o início de 2017, idealizado pelo jornalista Julio Maria e com coprodução de Débora Venturini, vai reunir grupos vocais, cantores e cantoras em gigs inéditas. Gig é o termo usado pelos músicos para designar grupos casuais e trabalhos temporário­s.

A noite já tem escalação fechada. Será no próximo dia 22, no Tupi or not Tupi (3817-7404), da Vila Madalena, a partir das 21h. Os ingressos, vendidos pelo site (tupiornott­upi.net), costumam acabar em pouco tempo.

A espanhola Irene Atienza, que lança agora seu disco Salitre, vai abrir a noite com um tema solo e, em seguida, cantar com integrante­s do sexteto harmônico Sambaranda e ainda com o Barbatuque­s. A segunda gig terá um encontro entre a cantora amapaense Patrícia Bastos, dona de um dos melhores discos lançados em 2016, Batom Bacaba, com o grupo Seis Canta, egresso da escola do Auditório Ibirapuera, formado em 2012 por Amanda Temponi, Aninha Ferrini, Everton Dantas, Paulla Zeferino, Raquel Bernardes e Wilson Alves.

A terceira gig será aberta pela paulistana Cibele Codonho, no momento em que ela lança o elogiado álbum Afinidade, que terá também a companhia do Sambaranda. O grupo fica no palco para fazer temas que estão no seu disco Delírios – Volume 1.

A noite fecha com Vanessa Moreno, nascida em São Bernardo do Campo. Ela trabalha o lançamento de seu álbum Movimento e tem uma bela parceria com o baixista Fi Maróstica, que já participou de uma das edições. Vanessa vai estar com o Barbatuque­s no início da quarta gig. Depois, ela deixa o palco para o encerramen­to com um dos mais requisitad­os grupos de voz e percussão corporal do País.

O Gig Nova quer identifica­r e reconhecer os mais criativos e talentosos artistas desse tempo. Em geral, nomes que não ganham espaços nobres da mídia. Depois de localizá-los, o jornal faz matérias de destaque sobre cada um e escolhe quem vai se apresentar com quem. Os músicos definem seus repertório­s e sobem ao palco. A partir daí, todas as previsões podem ser traídas. O improviso equilibrad­o com algum ensaio garante momentos que só vão acontecer uma vez, naquele palco.

A ideia da edição, ao não contar com instrument­os musicais, foi lembrar que a voz é o primeiro e mais orgânico deles. E estará representa­da por naturezas bem diferentes. Irene Atienza carrega o drama do flamenco grandioso mesmo quando canta em português; Cibele Codonho tira emoção das curvas melódicas que ligam jazz e música brasileira; Patricia Bastos é dos pés na terra e das danças da alma; Vanessa Moreno parece poder fazer música até com ruídos. O Sambaranda traz as harmonias vocais; o Seis Canta atualiza o repertório brasileiro olhando para o futuro; e o Barbatuque­s pode fazer uma parede se emocionar com uma proposta que redimensio­na o que se entende por voz.

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FELIPE RAU/ESTADÃO Primeiro instrument­o. Harmonia, ritmo e melodias que saem de algum lugar do peito

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