Estudo detecta febre amarela no sêmen e na urina
Um grupo de cientistas brasileiros conseguiu detectar o RNA do vírus da febre amarela – isto é, seu material genético – na urina e no sêmen de um paciente com a doença. A descoberta poderá ser útil para aprimorar os testes diagnósticos da doença.
O RNA do vírus é normalmente detectado no sangue, mas até agora não havia sido observado no sêmen e na urina. A pesquisa foi publicada na Infectious Diseases, revista dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças do governo americano.
“Esses testes poderão aprimorar diagnósticos, reduzir os resultados falsos negativos e reforçar a confiabilidade dos dados epidemiológicos durante a atual e as futuras epidemias”, escreveram os cientistas. Eles ainda não sabem quais as implicações da descoberta para a transmissão do vírus, mas Paolo Zanotto, pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP) que coordena o trabalho, considera improvável que o RNA no sêmen permita a transmissão sexual da febre amarela.
Os cientistas acompanharam um paciente de 65 anos, de São Paulo, que havia sido contaminado, mas não entrou na fase tóxica da doença. As amostras de urina e sêmen dele apresentavam o vírus em quantidade considerável, 15 dias e 25 dias após os primeiros sintomas. Antes se pensava que o vírus poderia ser detectado, no máximo, em uma semana. /