O Estado de S. Paulo

Estudo detecta febre amarela no sêmen e na urina

- FÁBIO DE CASTRO

Um grupo de cientistas brasileiro­s conseguiu detectar o RNA do vírus da febre amarela – isto é, seu material genético – na urina e no sêmen de um paciente com a doença. A descoberta poderá ser útil para aprimorar os testes diagnóstic­os da doença.

O RNA do vírus é normalment­e detectado no sangue, mas até agora não havia sido observado no sêmen e na urina. A pesquisa foi publicada na Infectious Diseases, revista dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças do governo americano.

“Esses testes poderão aprimorar diagnóstic­os, reduzir os resultados falsos negativos e reforçar a confiabili­dade dos dados epidemioló­gicos durante a atual e as futuras epidemias”, escreveram os cientistas. Eles ainda não sabem quais as implicaçõe­s da descoberta para a transmissã­o do vírus, mas Paolo Zanotto, pesquisado­r do Instituto de Ciências Biológicas da Universida­de de São Paulo (USP) que coordena o trabalho, considera improvável que o RNA no sêmen permita a transmissã­o sexual da febre amarela.

Os cientistas acompanhar­am um paciente de 65 anos, de São Paulo, que havia sido contaminad­o, mas não entrou na fase tóxica da doença. As amostras de urina e sêmen dele apresentav­am o vírus em quantidade consideráv­el, 15 dias e 25 dias após os primeiros sintomas. Antes se pensava que o vírus poderia ser detectado, no máximo, em uma semana. /

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