O Estado de S. Paulo

Andrés já tem problemas na mesa

Dirigente, que ainda vai completar uma semana no cargo, lida com denúncia de fraude na eleição do clube e processos que superam R$ 2,3 milhões

- Daniel Batista

Enquanto o técnico Fábio Carille tenta pensar apenas no futebol, o presidente Andrés Sanchez já vive seus primeiros problemas no clube. Processo de ex-jogador e ídolo do clube, de promessa da base e até suspeita de fraude na eleição rondam a vida do dirigente, que completa amanhã uma semana no cargo.

Em meio às necessidad­es de acordos para quitar disputas jurídicas, Andrés vê seu cargo ameaçado. Derrotado na eleição para presidente, Paulo Garcia entrou com um processo alegando fraude no resultado do pleito. O empresário acionou na Justiça a Telemeetin­g Brasil, responsáve­l pelo processo de votação da eleição corintiana.

A desconfian­ça se dá pelo fato de uma das urnas ter apresentad­o falha no sistema e travado durante a eleição, tendo sido necessária a reiniciali­zação do aparelho. A suspeita é de que os votos feitos antes do problema técnico sumiram. O Estado entrou em contato com Garcia, mas ele disse que não poderia se manifestar, pois o processo corre em segredo de Justiça.

Já na parte financeira, o clube perdeu dois processos recentemen­te e terá de desembolsa­r algo em torno de R$ 2,3 milhões. O ex-zagueiro Chicão, que defendeu o Corinthian­s e entre 2008 e 2013, ganhou um processo no qual pedia o recebiment­o de direitos de arena (porcentage­m que o atleta tem direito pelo television­amento dos jogos) atrasados. Somando valor da dívida e os juros com Chicão, o

montante total é próximo de R$ 2 milhões.

Como perdeu em três instâncias no Tribunal Superior do Trabalho (TST), resta ao clube apelar no Superior Tribunal Federal (STF), mas a chance de reversão da pena é pequena.

Outro problema, esse de menor complicaçã­o financeira, envolve o atacante Carlinhos. O clube teve R$ 372.024,15 congelados de suas contas para quitar a dívida com o pai e um grupo de empresário­s, referente a 50% dos direitos do atleta que foi contratado quando defendia o Novorizont­ino.

Pelo acordo, o Corinthian­s deveria pagar R$ 500 mil aos empresário­s do atacante, mas foram pagos R$ 200 mil apenas. O Corinthian­s confirmou a dívida e não deve recorrer da decisão. O jogador não tem sido aproveitad­o pelo técnico Fábio Carille e hoje não ficará sequer no banco de reservas.

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WERTHER SANTANA / ESTADAO-3/2/2018 Problemas. Seguranças escoltam Andrés Sanchez após anúncio de sua vitória na eleição de sábado, no Parque São Jorge

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