O Estado de S. Paulo

Mudança na proposta custará R$ 400 milhões em 10 anos

- ADRIANA FERNANDES EDUARDO LAGUNA, ALTAMIRO SILVA JUNIOR E CAIO RINALDI

A última mudança na proposta da reforma da Previdênci­a que tramita na Câmara dos Deputados vai custar R$ 400 milhões em dez anos. A alteração anunciada anteontem pelo relator do texto, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), prevê pensão integral para viúvas e viúvos de policiais mortos em serviço. O cálculo é da Secretaria de Previdênci­a Social do Ministério da Fazenda.

Com a mudança, a economia de despesas prevista com a reforma no Regime Próprio de Previdênci­a Social (RPPS) – regime de previdênci­a dos servidores públicos – cai de R$ 88,1 bilhões para R$ 87,7 bilhões em dez anos. Essa economia só leva em conta os gastos da União. Não está incluído o impacto da mudança nas finanças dos Estados.

O governo incluiu essa medida na proposta de reforma para obter mais votos favoráveis à reforma da chamada Bancada da Bala. O relator disse, durante o anúncio, que é uma medida importante neste momento em que policiais têm morrido em ação por conta do aumento da criminalid­ade no Brasil.

A expectativ­a do governo e das lideranças da base no Congresso Nacional é de tentar votar a proposta até o dia 28 de fevereiro. Se não houver condições favoráveis, a estratégia é retirar a reforma da pauta na Câmara dos Deputados. Ontem, depois de participar de debate sobre a reforma da Previdênci­a na TV Estadão, o secretário de Previdênci­a do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, disse que os próximos dias serão tomados por uma agenda “super intensa” de negociaçõe­s com o Congresso e que telefonema­s também deverão ser feitos a parlamenta­res mesmo durante o carnaval com o objetivo de aprovar a proposta de emenda constituci­onal que muda as regras das aposentado­rias.

“No carnaval acho que vai ter muito telefonema e logo na sequência se retoma o conjunto de conversas. Tem que ser uma agenda realmente bastante intensa nesses dias que se seguem para concretiza­r a aprovação da reforma”, comentou o secretário, após participar de debate sobre a reforma da Previdênci­a na TV Estadão.

Durante o debate, Caetano disse estar confiante na aprovação do texto. Disse que a reforma nas aposentado­rias é necessária para reequilibr­ar as contas públicas e, como consequênc­ia, criar um ambiente melhor para o País ter taxas de juros mais baixas e atrair mais investimen­tos. Segundo ele, o problema da Previdênci­a é estrutural e não de conjuntura. /

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ANDRE DUSEK/ESTADAO-27/1/2017 Efeito. Para Padilha, mudança na Previdênci­a faria o País caminhar ‘a passos largos’

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