O Estado de S. Paulo

Sócios fazem acordo em disputa na Usiminas

Acordo define que Nippon e Ternium vão alternar o direito de definição do comando do dia a dia e do conselho da empresa

- / MÔNICA SCARAMUZZO e FÁTIMA LARANJEIRA

A Usiminas informou ontem que suas principais acionistas, a ítalo-argentina Ternium e a japonesa Nippon, fecharam um acordo inicial para estabelece­r novas regras em suas relações e terminar a briga que se arrasta há cerca de quatro anos na siderúrgic­a.

O acordo visa a adoção de medidas para solucionar todas as disputas legais pendentes em relação ao negócio. Segundo fontes de mercado, pode também abrir espaço para a atração de um eventual novo sócio.

Um dos principais aspectos do conflito entre os dois grupos residia no direito de indicar o principal executivo da empresa. Ontem, Ternium e Nippon divulgaram que cada parte irá nomear o presidente do conselho e o diretor-presidente da companhia por dois mandatos consecutiv­os de dois anos – ou seja, por até quatro anos.

Inicialmen­te, a Nippon terá o direito de escolher o presidente do conselho da Usiminas, enquanto a Ternium apontará o diretor-presidente da empresa. Os nomes escolhidos agora poderão ficar no cargo até 2022. A partir de então, a relação se inverte: a Nippon escolherá o executivo que tomará conta do dia a dia dos negócios, enquanto a Ternium definirá o líder do conselho de administra­ção.

Dentro desse acordo, a Ternium pretende manter no cargo o atual diretor-presidente, Sérgio Leite, enquanto a Nippon deve nomear Ruy Hirschheim­er presidente do conselho – o executivo foi presidente da Electrolux na América Latina e também comandou a trading Bunge no País. Inicialmen­te os mandatos vão até 2020, mas poderão ser renovados por mais 24 meses.

A diretoria será composta por seis membros, incluindo o diretor-presidente – as nomeações serão divididas de forma que cada sócio escolha os nomes de 50% dos executivos.

As partes acertaram que nenhum dos grupos poderá adquirir ações com direito a voto da Usiminas em circulação até o fim do atual acordo de acionistas – a não ser que tenha autorizaçã­o da outra sócia. Ambas poderão, porém, vir a exercer o direito de preferênci­a em eventual novas emissão de papéis.

Em comunicado, Ternium e Nippon afirmaram que o acordo tem a intenção de ampliar a parceria entre as sócias, melhorar a governança e ampliar a expansão da empresa.

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