O Estado de S. Paulo

Orfeu, a tragédia do carnaval na versão de Cacá

- Luiz Carlos Merten

Orfeu

(BRASIL, 1999.) DIR. DE CACÁ DIEGUES, COM TONY GARRIDO, PATRÍCIA FRANÇA, MURILO BENÍCIO, ZEZÉ MOTTA, ISABEL FILLARDIS.

Cacá Diegues pertence a uma geração – de diretores do Cinema Novo – que deplorou o sucesso internacio­nal de Orfeu do Carnaval, achando que o francês Marcel Ophuls, mesmo recompensa­do com a Palma de Ouro, traiu a peça famosa de Vinicius de Moraes. Foram necessária­s décadas para que ele conseguiss­e, enfim, fazer a sua versão da história. Orfeu, compositor e poeta, conhece Eurídice às vésperas do desfile de carnaval de sua escola. Amam-se perdidamen­te, e decidem fugir juntos, mas nada dá certo e uma bala perdida desencadei­a a tragédia. Por que Tony Garrido, do Cidade Negra, no papel? ‘Porque precisava de um homem bonito’, respondia o diretor há quase 20 anos. O tempo passou, o Orfeu de Ophuls possui seu culto – Spike Lee diz que foi o filme que o fez querer ser cineasta –, mas o de Cacá é bom de ver e ouvir, com uma trilha que consegue ser ainda melhor que a original.

C. BRASIL, 22 H. REPRISE, COLORIDO, 110 MIN.

Num espaço de 40 anos, xamã acompanha dois explorador­es estrangeir­os que buscam planta sagrada na selva colombiana. Em suntuoso P&B, um filme belo e misterioso.

TEL. CULT, 15H50. REPRISE, 124 MIN.

Na fronteira paraguaia, dois matadores, um experiente e outro jovem. Há controvérs­ia, claro, mas o longa de estreia de Beto Brant é superior a seu cultuado O Invasor.

C. BRASIL, 0H45. REPR., COLORIDO, 90 MIN.

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WARNER Tony Garrido. Como o poeta Orfeu: ‘Manhã, tão bonita manhã’

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