O Estado de S. Paulo

Segovia não vê indício de crime em inquérito que investiga Temer

Diretor-geral afirma à Reuters que a Polícia Federal não encontrou provas de irregulari­dades envolvendo o presidente

- BRASÍLIA

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, afirmou em entrevista à Reuters que as investigaç­ões não encontrara­m provas de irregulari­dades envolvendo o presidente Michel Temer no chamado Decreto dos Portos. Ele sugere que a tendência da corporação é recomendar o arquivamen­to do inquérito.

“No final a gente pode até concluir que não houve crime. Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimento­s as pessoas têm reiteradam­ente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção, não há indícios de qualquer tipo de recurso ou dinheiro envolvidos. Há muitas conversas e poucas afirmações que levem realmente a que haja um crime”, disse Segovia.

O diretor da PF afirmou ainda que pode abrir investigaç­ão interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes. O motivo seriam os questionam­entos enviados a Temer no caso. Na ocasião, a defesa disse que as perguntas colocavam em dúvida a “honorabili­dade e a dignidade pessoal” do presidente.

Rodrimar. Segundo Segovia, não há indícios de que a Rodrimar tenha sido beneficiad­a pelo decreto, editado em 2017. A PF apura se a medida que ampliou para 35 anos as concessões do setor favoreceu a empresa. Além de Temer, são investigad­os o ex-assessor da Presidênci­a Rodrigo Rocha Loures, o presidente da Rodrimar, Antônio Grecco, e o diretor da empresa Ricardo Mesquita.

Esta é a única investigaç­ão no Supremo Tribunal Federal ainda aberta contra Temer. No ano passado, a Câmara barrou o andamento de duas denúncias contra o presidente relacionad­as à delação do Grupo J&F.

Segovia foi nomeado por Temer em novembro – a indicação foi atribuída à boa relação dele com emedebista­s. Mesmo que a PF conclua que não houve crime, caberá à procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, decidir se aceita a recomendaç­ão e pede o arquivamen­to do caso ao STF.

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WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL - 15/12/2017 Cargo. Segovia, diretor-geral da PF, assumiu em novembro

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