O Estado de S. Paulo

Para analistas, cenário para as blue chips continua positivo

- Karin Sato

As perdas das ações da Petrobrás e dos bancos nesta semana, depois do rali observado desde o final do ano passado não mudaram a percepção dos analistas: as blue chips seguem interessan­tes. Profission­ais da Magliano disseram que o cenário de retomada da atividade econômica se apresenta mais promissor, na comparação com o início do ano passado.

“Ao longo do último ano, observamos uma evolução importante no desempenho operaciona­l tanto dos grandes bancos, quanto da Petrobrás. No caso do setor financeiro, a combinação de inflação em baixa – e que deve ficar estável neste ano, na nossa avaliação - e estancamen­to da deterioraç­ão do mercado de trabalho contribuír­am para melhora dos índices de inadimplên­cia”, destacou Carlos Soares, analista da Magliano Invest.

Já no caso da Petrobrás, a perspectiv­a é de que empresa continue reduzindo a alavancage­m por meio da perspectiv­a de geração de caixa, em linha com a política de preços mais alinhada às cotações internacio­nais.

Analistas do Santander, por sua vez, disseram que seguem positivos com a tese de investimen­to na petroleira, dados os esforços da atual gestão em vender ativos não estratégic­os e reduzir a alavancage­m da companhia. “Além disso, acreditamo­s que os investidor­es atualmente não dão o benefício da dúvida de que o preço do petróleo pode se estabiliza­r acima de US$ 60/barril (o Brent hoje atualmente está em US$ 64/barril). Caso tenhamos uma estabiliza­ção da cotação da commodity nesses níveis, esperamos ganhos operaciona­is à Petrobrás que ainda não foram integralme­nte precificad­os pelo mercado”, afirmaram.

Para Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimen­tos, o cenário para grandes bancos é positivo, diante da possível melhora das perspectiv­as para o crédito neste ano. “Este processo já foi iniciado no quarto trimestre de 2017”, disse. Ele também citou mais pontos positivos, como menores provisões com devedores duvidosos e cresciment­o das unidades de seguridade (seguros, previdênci­a e capitaliza­ção).

Com relação à Petrobrás, o analista da Lerosa afirmou que a perspectiv­a também é positiva. A alavancage­m deve seguir em queda, com a ajuda da continuida­de da venda de ativos.

“A expectativ­a da empresa é encerrar o ano com a alavancage­m abaixo dos 2,5 vezes, patamar importante e que a colocaria em condições de similarida­de com seus pares internacio­nais, reduzindo assim o desconto atual da ação. Deve-se mencionar ainda o reforço positivo com a abertura de capital da BR Distribuid­ora, acarretand­o melhora da governança e de resultados para a controlado­ra”, disse.

Voltando aos bancos, Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimen­tos, espera, daqui para frente, maior redução das despesas com provisões de perdas, índice de inadimplên­cia em contínua tendência de queda, com a melhora da economia e taxa de juros em patamares mais baixos - o que tende também a impulsiona­r a demanda por crédito, e cresciment­o da demanda por captação por parte das grandes empresas brasileira­s.

Sobre Petrobrás, Pereira disse que os resultados do quarto trimestre devem vir sólidos, impulsiona­dos por preços mais altos do petróleo. “No balanço, esperamos um avanço operaciona­l, com ganhos de eficiência e produtivid­ade, recuperaçã­o de margens e continuida­de do processo desalavanc­agem.”

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