O Estado de S. Paulo

Varejo tropeça em dezembro, mas cresce 2,0% em 2017

Comércio teve queda de 1,5% em dezembro ante novembro, o pior resultado para o mês desde 2002, diz IBGE

- Daniela Amorim / RIO COLABOROU THAÍS BARCELLOS

Após a euforia com as promoções da Black Friday, no fim de novembro, os consumidor­es apertaram suas despesas nas compras de Natal. O comércio varejista registrou uma queda de 1,5% no volume vendido em dezembro em relação ao mês anterior, o pior desempenho para o período desde 2002, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

“Apesar da queda em dezembro, a análise do varejo em comparaçõe­s mais de longo prazo mostram uma situação melhor. As principais quedas em dezembro foram nos setores mais marcados pela Black Friday em novembro. Essa Black Friday do ano de 2017 foi mais intensa, dada essa conjuntura melhor do poder de compra”, justificou Isabella Nunes, gerente na Coordenaçã­o de Serviços e Comércio do IBGE.

No fechamento de 2017, porém, o saldo foi positivo. As vendas cresceram 2,0%, após uma perda de 10,2% acumulada em dois anos de quedas. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o avanço foi de 4,0% sobre 2016. O resultado confirma o cenário de recuperaçã­o ainda gradual da atividade econômica, que deve ganhar tração ao longo deste ano, dizem economista­s.

“Em 2017, o varejo conseguiu recuperar R$ 20,00 a cada R$ 100,00 perdidos com a crise. A inflação historicam­ente muito baixa com os juros também em queda ajudaram a recuperar o potencial de consumo. E ainda teve outro fator, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, que teve uma parte dos recursos liberada pelo governo no primeiro semestre), que ajudou à beça”, lembrou Fabio Bentes, da Confederaç­ão Nacional de Bens Serviços e Turismo (CNC).

Os recursos das contas inativas do FGTS liberados pelo governo respondera­m por 0,6 ponto porcentual da expansão de 2% do varejo em 2017, quase um terço do aumento nas vendas, calcula a CNC. A base de comparação baixa também ajudou a explicar parte do avanço no ano, mas a conjuntura econômica como um todo foi melhor do que nos anos anteriores, lembrou Isabella Nunes.

Cinco entre as oito atividades do varejo pesquisada­s pelo IBGE tiveram expansão em 2017. As vendas de supermerca­dos foram impulsiona­das pela queda nos preços da comida./

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